Lucro líquido da Cosan dispara no 4° trimestre de 2023

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São Paulo, SP – A Cosan informou que o balanço do quarto trimestre de 2023 (4T23) e do exercício social findo em 31 de dezembro de 2023, divulgados hoje, não são auditadas de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil e normas internacionais (IFRS), sendo certo que as informações financeiras ainda serão objeto de relatório pela auditoria independente.

“Em linha com o Fato Relevante divulgado em 25 de março de 2024, os trabalhos de auditoria independente externa realizados pela BDO RCS Auditores Independentes ainda não foram concluídos. A companhia não espera, e até o momento não há qualquer apontamento de auditoria que sinalize, uma modificação significativa entre os resultados não auditados divulgados hoje as informações financeiras individuais e consolidadas relativas ao exercício social de 2023 auditadas que serão divulgadas oportunamente”, explicou.

No 4T23, o lucro líquido da Cosan foi de R$ 2,362 bilhões, bem acima do registrado no mesmo período do ano anterior, que foi de R$ 806 milhões. Segundo a companhia, o resultado é reflexo do aumento substancial em função da reversão dos efeitos da subvenção, dividendos e JCP recebidos da Vale, além da marcação a mercado da valorização das ações da própria Companhia (via Total Return Swap ou TRS) e da Vale.

O Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) foi de R$ 4,858 bilhões, alta de 21% na comparação com o quarto trimestre de 2022, e queda de 7% em relação ao terceiro trimestre de 2023.

A receita líquida foi de R$ 9,573 bilhões, queda de 10% em relação ao mesmo período de 2022. Em 2023, a receita líquida foi de R$ 39,468 bilhões, em linha com o registrado em 2022.

O resultado financeiro líquido do 4T23 foi positivo em R$ 26 milhões, versus despesa de R$ 530 milhões no 4T22. A variação é majoritariamente explicada pelo menor custo das dívidas e pela marcação a mercado positiva das ações da Cosan. No ano de 2023, o resultado financeiro foi negativo em R$ 4,3 bilhões, comparado a R$ 2,4 bilhões em 2022. A redução relevante é explicada pela desvalorização das ações da mineradora Vale no ano, que gerou efeito líquido negativo até 30/11/2023 de R$ 2,2 bilhões no exercício social, neutralizando os ganhos com o TRS das ações da Cosan e redução do custo das dívidas do Corporativo.

A dívida bruta da Cosan Corporativo no encerramento do trimestre era de R$ 26,6 bilhões. Novas captações foram realizadas no período com a 8 emissão de debêntures no valor de R$ 1,25 bilhão e as Notas Comerciais no valor de R$ 1 bilhão. O aumento da dívida líquida versus o 3T23 é explicado principalmente pelo caixa líquido que a Cosan Oito possuía até 30 de novembro de 2023, composto pelos títulos e valores mobiliários referentes à participação na Vale, (ii) pela integralização de capital na Cosan Oito para liquidação antecipada de dívidas, derivativos e alienação permanente de 9,5 milhões de ações da Vale na estrutura de Collar Financing, e (iii) pelo pagamento de dividendos para os acionistas preferencialistas da Cosan Nove e Dez.

Na comparação com o mesmo período do ano anterior, a dívida líquida apresentou acréscimo de R$ 19,2 bilhões. Excluindo os efeitos da reclassificação dos títulos e valores mobiliários referentes à participação na Vale que totalizaram R$ 16,3 bilhões, os principais impactos foram as novas emissões de debêntures e Senior Notes realizadas em 2023.

A alavancagem atingiu 2,4x no 4T23, versus 2,2x no 4T22 e 1,7x no 3T23. O aumento na comparação anual e versus o trimestre anterior é devido à menor posição de caixa em função da reclassificação das ações da Vale, conforme explicado no item B. Cosan
Oito, e foi parcialmente compensado pelo maior EBITDA dos últimos doze meses, impulsionado pelo melhor desempenho operacional de todos os negócios do portfólio. Para fins de comparabilidade, voltando o efeito das ações da Vale na posição de caixa, a alavancagem gerencial ficou estável em 1,8x, ou seja, em linha com o 3T23.

O custo da dívida bruta encerrou o 4T23 em R$ 720 milhões, representando uma redução de R$ 172 milhões na comparação entre trimestres. A redução significativa entre períodos é explicada pela base de comparação no 4T22, afetada pelo accrual de juros das Notas Comerciais emitidas como empréstimo ponte para a aquisição da participação na Vale, resgatadas naquele período. O rendimento de aplicações financeiras foi de R$ 75 milhões (+80%), reflexo do maior saldo em caixa no trimestre corrente. O custo médio ponderado das dívidas da Cosan Corporativo ao final do 4T23 (detalhadas no item C.1 Endividamento) foi de CDI + 1,34%.

Nesse trimestre, os resultados da Raízen foram marcados pela consistência na execução do seu plano estratégico. O EBITDA ajustado alcançou R$ 3,9 bilhões (+33%), refletindo a forte expansão das margens em Mobilidade e dos preços de açúcar. Além disso, a Companhia finalizou o principal período de produção da safra com recorde de moagem e contínuo progresso na recuperação da produtividade agrícola da cana-de-açúcar.

O volume transportado da Rumo foi de 19,6 bilhões de TKU no 4T23 (+9%) e de 77,3 bilhões de TKU em 2023 (+3%), atingindo patamar recorde no ano e evidenciando a melhoria contínua das condições de segurança e tráfego na região da Baixada Santista
(SP) em relação ao 1T23. O EBITDA foi de R$ 1,2 bilhão (+33%) no 4T23 e R$ 5,7 bilhões (+25%) em 2023.

O crescimento da Rumo foi impulsionado principalmente pelo crescimento de tarifas no período, reflexo da competitividade estrutural do modal ferroviário com o aumento da demanda por transporte de commodities agrícolas, bem como pelo crescimento do volume transportado. No trimestre, apesar dos maiores volumes transportados, o market share na exportação de grãos pelo Porto de Santos caiu 9,2 p.p. versus o 4T22, refletindo o alto grau de utilização dos terminais ferroviários operados pela Rumo, com a demanda excedente sendo direcionada para soluções logísticas alternativas.

A Compass manteve seu ritmo de conexões, alcançando a marca de 172 mil novos clientes e atingindo um total de 2,7 milhões de clientes conectados na Comgás, Sulgás e Necta no ano de 2023. O volume de gás natural distribuído pela Compass apresentou queda de 5% no 4T23, assim como no acumulado de 2023 (-10%), refletindo, principalmente, a menor atividade no segmento industrial durante o ano que foi impactada pela redução nos volumes nos setores de indústria cerâmica, vidros e siderurgia, além da queda no consumo do residencial devido às altas temperaturas frente a 2022. O EBITDA ajustado totalizou R$ 1,1 bilhão (+19%) no trimestre e R$ 4,3 bilhões (+24%) no ano.

No 4T23, o EBITDA da Moove foi de R$ 272 milhões (+36%), apresentando mais um trimestre de crescimento sólido que foi alavancado por expansão de volume e melhor mix de produtos vendidos. No acumulado do ano, o EBITDA foi de R$ 1,2 bilhão (+41%), com a Moove crescendo organicamente suas operações globais ao mesmo tempo que captura sinergias da bem-sucedida integração de PetroChoice e Tirreno.

A Radar apresentou EBITDA de R$ 1,9 bilhão (+46%) no 4T23, alavancado pela atualização do valor do portfólio de propriedades agrícolas no montante de aproximadamente R$ 1,8 bilhão no trimestre. As variações nas linhas de Receita operacional líquida e Custo dos produtos vendidos e dos serviços prestados são explicadas pelas vendas de propriedades (fazenda Bananal, Fazenda Pau DAlho e Fazenda Costa Pinto) ocorridas apenas no 4T22. No ano, o EBITDA da Radar atingiu R$ 2,8 bilhões (+80%).