Lucro líquido da Ambev recua 13,4% no terceiro trimestre

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Cervejaria da Ambev/Divulgação

São Paulo, SP – A Ambev divulgou hoje o balanço do terceiro trimestre de 2022. O lucro líquido foi de R$ 3,215 bilhões, queda de 13,4% em comparação ao mesmo período do ano passado. Já o lucro ajustado foi de R$ 3,229 bilhões, redução de 13,9% na base anual.

Em seu relatório, a Ambev disse que o lucro ajustado recuou uma vez que o crescimento do EBITDA foi mais do que compensado por maiores despesas financeiras e maior alíquota efetiva de impostos dada a reversão extraordinária de aproximadamente R$ 754 milhões de imposto de renda e contribuição social diferidos no terceiro trimestre de 2021.

A receita líquida orgânica ficou em R$ 20,5 bilhões, alta de 18,9%, impulsionado principalmente pelo melhor desempenho da ROL/hl comparado com o primeiro semestre de 2022 (+17,4% vs. +14,0%). A execução disciplinada das nossas iniciativas de gestão de receita, a recuperação do canal on trade e o crescimento de nossas marcas premium levaram a ROL/hl a aumentar em 8 dos nossos 10 principais mercados. Além disso, o volume totalizou mais de 46 milhões de hectolitros (+1,3%), um novo recorde para o terceiro trimestre, explicou a Ambev.

Além disse, a companhia disse que o desempenho comercial do Brasil se destacou mais uma vez, com crescimento de receita líquida de dois dígitos em Cerveja Brasil (+17,1%) e NAB Brasil (+35,8%), traduzindo-se em crescimento de EBITDA de dois dígitos (17,7% e 78,5%, respectivamente) e expansão da margem EBITDA (+20 pb e +620 pb, respectivamente).

O resultado financeiro líquido totalizou R$ 1,25 bilhão, com uma redução de R$ 374,8 milhões em relação ao terceiro trimestre de 2021. As receitas de juros totalizaram R$ 480,9 milhões, explicadas por receita de juros sobre aplicações financeiras principalmente no Brasil de R$ 243,7 milhões e atualização da taxa de juros no Brasil sobre créditos tributários de R$ 183,5 milhões.

O Ebitda ajustado somou R$ 5,6 bilhões, alta de 2,4%, impulsionado pelo desempenho da receita, parcialmente compensado pelos preços das commodities e contínuas pressões inflacionárias que pressionam as despesas (SG&A) de modo geral. A margem ebitda ajustado ficou em 27,2%, uma redução de 240pb.

O fluxo de caixa das atividades operacionais ficou em R$ 6,1 bilhões, redução de 4,5% em relação aos R$ 6,3 bilhões do terceiro trimestre de 2021, impactado pelos desempenhos das
praças CAC (América Central e Caribe) e Canadá.

No segmento Cerveja Brasil, a companhia afirmou que, à medida que as ocasiões de
consumo fora de casa continuaram a retornar, a implementação de sua estratégia comercial levou a volume flat contra uma base de comparação desafiadora dadas as performances históricas de 3T21 (e 3T20).

A receita líquida cresceu 17,1%, com a ROL/hl subindo 17% e melhorando sequencialmente, graças às nossas iniciativas de gestão de receita combinadas com o mix positivo de marca e embalagens. O CPV/hl excluindo depreciação e amortização aumentou 19,7% (+18,3% excluindo a venda de produtos de marketplace não-Ambev), impulsionado principalmente pelo obstáculo das commodities, parcialmente compensado por um mix de embalagens positivo. O EBITDA Ajustado subiu 17,7%, com expansão de margem de 20 pb. No 9M22, a receita líquida aumentou 17,6% (volume +3,4%, e ROL/hl +13,8%), e o EBITDA Ajustado aumentou 13,5%.

Sobre o NBA (bebidas não-alcoólicas), o relatório disse que o fortalecimento das ocasiões de consumo fora de casa combinado com uma sólida estratégia comercial e uma melhor
distribuição com o BEES levou a um crescimento de mais de 10% do volume. A receita líquida aumentou 35,8%, com a ROL/hl crescendo 23,2% e melhorando sequencialmente, impulsionada por iniciativas de gestão de receita aliadas ao mix positivo de marcas e embalagens, liderados pelo portfólio premium e pelas embalagens single serve, respectivamente. Apesar de os custos serem pressionados por commodities e mix, e por maiores despesas de SG&A, o EBITDA Ajustado cresceu 78,5%, com expansão de margem de 620 pb. Nos 9M22, a receita líquida aumentou 38,2% (volumes +14,3%, e ROL/hl + 21,0%) e o EBITDA Ajustado aumentou 53,7%.

Na América Latina, os volumes cresceram 4,5%, impulsionados pelo desempenho da Argentina, apesar de um cenário macro desafiador e da contínua recuperação das restrições sanitárias do COVID-19 na Bolívia. No entanto, os volumes do Chile e do Paraguai sofreram com a queda da indústria de cerveja no trimestre. A receita líquida aumentou 45,8%, com a ROL/hl crescendo 39,6% devido a iniciativas de gestão de receita combinadas com um mix positivo. Apesar do CPV e do SG&A impactados por pressões inflacionárias, principalmente sobre os preços das commodities e do diesel, especialmente na Argentina, no Chile e no Paraguai, o EBITDA Ajustado cresceu 40,5% no trimestre. No 9M22, a receita líquida aumentou 42,4% (volumes +3,1% e ROL/hl +38,2%), e o EBITDA Ajustado aumentou 41,9%.

No Canadá, tanto as indústrias de cerveja quanto beyond beer melhoraram sequencialmente, resultando em volumes crescendo 3,4%. A receita líquida aumentou 9,2%, com um crescimento de 5,6% na ROL/h devido a iniciativas de gestão de receita e mix de canais. A inflação continuou pressionando o CPV e o SG&A, principalmente commodities e o diesel, levando a uma redução de 2,6% no EBITDA Ajustado. No 9M22, a receita líquida aumentou 3,3% (volumes -2,0%, e ROL/hl +5,5%) , e o EBITDA Ajustado caiu 8,1%.

Na América Central e Caribe, os volumes caíram 18,7%, liderados pela República Dominicana e Panamá. Na República Dominicana, embora a questão do fornecimento de garrafas do 1S22 tenha sido superada, a ilha continua sofrendo com restrições logísticas. Além disso, com a inflação em níveis elevados e remessas mais baixas, o nível de consumo diminuiu. No Panamá, a indústria foi impactada no trimestre por protestos em larga escala e agitação social relacionados ao aumento dos preços e ainda não houve recuperação da participação de mercado. E, no final do trimestre, a região também foi atingida pelos furacões Fiona e Ian, que atingiram a República Dominicana, Porto Rico e outras ilhas do Caribe. Como resultado, a receita líquida caiu 13,1%, com a ROL/hl crescendo 6,9%. A pressão inflacionária também impactou os custos e despesas, principalmente no que diz respeito às commodities, diesel e frete marítimo, uma vez que a região depende de um maior mix de produtos importados. O EBITDA Ajustado diminuiu 43,6% no trimestre e, no
9M22, o EBITDA Ajustado diminuiu 16,0%, com a receita líquida diminuindo em 3,1% (volumes -11,5%, e ROL/hl +9,5%).