Lucro da Vale cai 49,8% no segundo trimestre, para US$ 4,09 bilhões

478
Divulgação: barragem de mineração

São Paulo – O lucro líquido aos acionistas da Vale diminuiu 49,8% no segundo trimestre, para US$ 4,09 bilhões, enquanto a receita líquida encolheu 32,4%, para US$ 11,16 bilhões.

A mineradora disse que a queda no lucro em base trimestral (no 1T22 o lucro líquido foi de US$ 4,456 bilhões) ocorreu por conta de ebitda proforma -US$ 1,011 bilhão, que foi impactado por menores preços realizados de finos de minério de ferro e cobre, parcialmente compensado por maiores volumes de vendas de minerais ferrosos, além de despesas relacionadas a Brumadinho (US$ 120 milhões),e provisão de US$ 297 milhões para a Fundação Renova no valor de US$ 89 milhões, devido a revisão de estimativas de custo e dividendos recebidos e juros de coligadas e joint ventures. Do lado positivo, o resultado foi influenciado por US$ 1,063 bilhão em resultados financeiros e US$ 171 milhões de ebitda da operação de carvão, que foi descontinuada.

O ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) em termos ajustados – que incluem dividendos recebidos e juros de empréstimos de coligadas e joint ventures, mas excluem depreciação, exaustão e amortização e redução ao valor recuperável e baixa de ativos não circulantes -diminuiu 53,1%, para US$ 5,254 bilhões.

O ebitda ajustado proforma, que exclui despesas relacionadas ao desastre de Brumadinho e às doações relacionadas à covid-19,caiu 51,5%, para US$ 5,53 bilhões.

Os custos e despesas gerais da Vale cresceram 8,4%, para US$ 6,5 bilhões, enquanto as despesas relacionadas ao rompimento da barragem de Brumadinho subiram 51,4%, para US$ 280 milhões. Os investimentos da mineradora cresceram 17,2%, para US$ 1,29 bilhão.

Por área de negócio, a receita da Vale na unidade de minerais ferrosos encolheu 36,3%, para US$ 9,03 bilhões, enquanto no segmento de metais básicos o faturamento foi de US$ 1,88 bilhão, queda de 14,0%. No segmento de carvão, a receita da companhia cresceu 273,4%, para US$ 478 milhões.

No trimestre, o preço médio realizado na venda de finos de minério de ferro caiu 38,7% na comparação anual, para US$ 113,30 por tonelada. O preço médio de venda de minério de ferro em pelotas caiu 21,0%, para US$ 201,30 por tonelada. O preço médio de venda da tonelada do carvão ficou negativo em US$ ,00.

A dívida líquida da companhia ao fim do segundo trimestre somou US$ 5,375 bilhões, o que equivale a 0,2 vez o ebitda ajustado em dólar acumulado pela Vale num período de 12 meses. Um ano antes, este índice era de 0 vez. O fluxo de caixa livre da mineradora somou US$ 2,295 bilhões.

Em relação ao desempenho dos negócios, a mineradora destacou que no 2T22 reportou um EBITDA ajustado proforma das operações continuadas de US$ 5,534 bilhões, ficando US$ 840 milhões abaixo do 1T22, refletindo a queda nos preços de minério de ferro e cobre no final do trimestre, mas parcialmente compensado por maiores volumes de vendas de minério de ferro.

A dívida bruta e os arrendamentos totalizaram US$ 12,608 bilhões em 30 de junho de 2022, US$ 1,407 bilhão menor t/t, devido, principalmente, à oferta pública de compra dos títulos da Vale. A dívida líquida expandida diminuiu para US$ 18,558 bilhões, atribuída principalmente ao efeito da depreciação do real sobre os compromissos denominados em moeda local, parcialmente compensado pelas perdas de marcação a mercado nas posições de hedge cambial.

O conselho de administração aprovou hoje US$ 3,0 bilhões em dividendos e juros sobre capital próprio a serem pagos em setembro e avançamos com nosso terceiro programa consecutivo de recompra de ações.

Na otimização de portfólio, a Vale destacou que concluiu a venda dos ativos de minério de ferro, manganês e logística do Sistema Centro-Oeste, celebrou, juntamente com nossos sócios Posco e Dongkuk, um acordo vinculante com a Arcelor Mittal para a venda da Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP) e, em Metais Básicos, PTVI, Huayou e Ford Motor Co. assinaram um memorando de entendimento para criar uma colaboração entre as empresas na Indonésia para processar minério de níquel extraído pela PTVI no Pomalaa Block, Kolaka, Sudeste de Sulawesi.

Em relação ao seu programa de descaracterização de barragens, a mineradora disse que, em julho, concluiu as descaracterizações de Baixo João Pereira e do Dique 4 , as duas primeiras de cinco estruturas a serem eliminadas este ano. “”Retiramos aproximadamente 40% dos rejeitos da barragem B3/B4, atualmente em nível 3 de emergência, e esperamos finalizar sua descaracterização até 2025. Em Itabira, concluímos a estrutura de contenção a jusante de Coqueirinho, aumentando a segurança durante as atividades de descaracterização do Dique Minervino e Cordão Nova Vista, que esperamos eliminar até 2029”, informou a Vale.

“Com o substancial re-shaping de nossos negócios, como a venda do Sistema Centro-Oeste, a empresa está muito mais preparada para entregar sua agenda de retomada de produção. Continuamos comprometidos com uma alocação disciplinada de capital e com a geração e retorno de valor aos nossos acionistas, conforme evidenciado pelo anúncio de pagar US$ 3 bilhões em dividendos, comentou Eduardo Bartolomeo, CEO da Vale.