Lucro da Petrobras cai 14,4% no primeiro trimestre, para R$ 38,16 bilhões

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São Paulo – O lucro líquido aos acionistas da Petrobras diminuiu 14,4% no primeiro trimestre de 2023 (1T23), para R$ 38,16 bilhões, enquanto a receita líquida encolheu 1,8%, para R$ 139,07 bilhões. Comparado a R$ 43,3 bilhões no 4T22, o lucro líquido é explicado principalmente pela desvalorização do Brent e menor resultado financeiro (-R$ 4,7 bilhões), parcialmente compensados por menores despesas operacionais (+R$ 4,9 bilhões).

Além disso, houve maior despesa com imposto de renda (+R$ 2,9 bilhões) principalmente em função da ausência de créditos tributários ocorridos no 4T22 pela distribuição de dividendos do exercício de 2022 na forma de juros sobre capital próprio, disse a Petrobras, em seu relatório de resultados do primeiro trimestre de 2023.

O lucro recorrente, que desconta dos resultados eventos que melhoraram ou pioraram o resultado da empresa e não devem se repetir em outros períodos, diminuiu 13,0% no primeiro trimestre, para R$ 37,69 bilhões.

Desconsiderando os itens não-recorrentes, o lucro líquido atingiria a marca de R$ 37,7 bilhões. Dentre os itens que compõem o impacto positivo de R$ 0,5 bilhão destacam-se os ganhos com alienação e baixa de ativos (+R$ 2,6 bilhões) principalmente com a venda de Albacora Leste e ressarcimento da Operação Lava Jato (+R$ 0,5 bilhão), compensados parcialmente por despesas com indenização por distrato de contrato de afretamento (-R$ 1,7 bilhão) e contingências judiciais (-R$ 0,8 bilhão).

O ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) diminuiu 8,1%, para R$ 75,38 bilhões. Em termos ajustados – que excluem da conta participações em investimentos, reavaliações nos preços de ativos, resultados com desinvestimentos e realização dos resultados por venda de participação societária -, o ebitda diminuiu 6,7%, para R$ 72,497 bilhões. O resultado ficou praticamente em linha com o observado no 4T22, apesar da desvalorização de 8% do Brent, o que é explicado principalmente por menores despesas exploratórias e contingências judiciais, explicou a empresa.

O ebitda ajustado teve um impacto negativo de R$ 2,0 bilhões, sendo influenciado pelos mesmos fatores que afetaram o lucro líquido, exceto pelos ganhos com alienação e baixa de ativos. Desconsiderando-se os efeitos dos itens nãorecorrentes, o ebitda ajustado teria atingido R$ 74,5 bilhões no 1T23, explicou a companhia.

A dívida líquida da companhia ao fim do primeiro trimestre encolheu 6,2%, para US$ 37,588 bilhões, o que equivale a 0,58 vez.o ebitda ajustado em dólar acumulado pela Petrobras num período de 12 meses. Um ano antes, este índice era de 0,81 vez.

O lucro líquido aos acionistas da Petrobras com as operações de exploração e produção diminuiu 23,2% no primeiro trimestre, para R$ 31,74 bilhões. O preço médio do petróleo tipo Brent – a referência no mercado internacional – praticado no períodocaiu 19,9% na comparação anual, para US$ 81,27 o barril. No Brasil, o preço médio de venda subiu 11,7%, para US$ 608,02 o barril, ficando acima do praticado no exterior.

O custo de extração de petróleo e gás no Brasil, chamado de “lifting cost”,teve alta de 4,3%, para US$ 7,27 por barril de petróleo equivalente (boe, na sigla em inglês), sem levar em consideração a participação do governo. Com a participação do governo, o lifting cost encolheu 21,2%, para US$ 19,19 por boe. Nos campos do pré-sal, o custo de extração de petróleo e gás aumentou 14,2% no primeiro trimestre, para US$ 3,71 por boe. Nenhum destes números leva em consideração as despesas da Petrobras com afretamento.

O lifting cost, sem participação governamental e sem afretamento, foi de US$ 5,51/boe no 1T23, uma queda de 9% em comparação com o 4T22. A redução reflete os desinvestimentos dos campos terrestres de Sergipe e Alagoas, PapaTerra e Albacora Leste, a parada definitiva de plataformas no campo de Marlim e a entrada da P-71 em dezembro de 2022. No 1T23, houve menores gastos com operações submarinas, além da interrupção da produção dos ativos terrestres na Bahia.

O lucro líquido aos acionistas da Petrobras com as operações de refinodiminuiu 38,4% no primeiro trimestre, para R$ 6,21 bilhões, enquanto no setor de gás e energia o resultado líquido foi positivo,somando R$ 2,01 bilhões.

A Petrobras informou que os investimentos no segmento de Exploração e Produção no 1T23 totalizaram US$ 2,0 bilhão, 49% acima do 1T22, devido ao desenvolvimento dos grandes projetos que sustentarão a curva de produção dos próximos anos, em especial pela construção e integração de novas unidades de produção, além da ampliação dos investimentos na revitalização de Marlim. “Os investimentos no 1T23 concentraram-se principalmente: (i) no desenvolvimento da produção do pólo présal da Bacia de Santos (US$ 1,1 bilhão); (ii) desenvolvimento da produção em águas profundas (US$ 0,4 bilhão); e (iii) em investimentos exploratórios (US$ 0,1 bilhão).”

No segmento de Refino, Transporte e Comercialização, os investimentos totalizaram US$ 0,34 bilhão com destaque para paradas programadas de refinarias, investimentos em malha logística e unidade de utilidades do GASLUB. No segmento Gás e Energia, os investimentos totalizaram US$ 33 milhões no 1T23, com destaque para unidades de processamento de gás natural.

Em sua mensagem no relatório, o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, escreveu: “É com muito orgulho que compartilho com vocês os primeiros resultados trimestrais da Petrobras sob nossa gestão. Desde que assumi a presidência da companhia, em janeiro, venho trabalhando por uma Petrobras mais eficiente, saudável financeiramente e inclusiva, em que as pessoas estão no foco das decisões e no topo das prioridades. Os resultados financeiros refletem o excelente desempenho operacional da companhia. O pré-sal continua a ser o centro das nossas receitas e da geração de caixa, respondendo hoje por 77% da nossa produção total.”