Licenciamento total de veículos recua 6,4% em junho, na base anual

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Foto: Itamar Aguiar Palácio Piratini/IBGE

São Paulo, SP – O licenciamento total de veículos – que incluem automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus cresceu 6,4% em junho, para 189.528 unidades, ante 178.067 no mesmo mês de 2022. Ante o mês anterior, o indicador subiu 7,4%, informou a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). No acumulado do ano, o licenciamento total de veículos somou 998.557 unidades, alta de 8,8% frente ao mesmo período de 2022.

Os licenciamentos de automóveis e comerciais leves recuaram 8,6% em junho na comparação com o mesmo mês do ano passado, a 166.381 unidades. Ante maio, o crescimento foi de 8,1%. No acumulado do ano, os emplacamentos de leves somaram 934.688 unidades, alta de 9,8% frente ao mesmo período de 2022.

A venda de caminhões recuou 28,2% em relação ao mesmo mês do ano passado, com o emplacamento de 7.884 unidades e queda de 4,1% ante maio. No acumulado do ano, por sua vez, houve queda de 8,8%, a 52.547 caminhões.

No setor de ônibus, os emplacamentos cresceram 26,4% em base anual, a 1.774 unidades. Em relação a maio, a venda de ônibus recuou 7,6%. No acumulado do ano, houve acréscimo de 54,9% a 11.322 unidades.

O presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite, destacou o expressivo crescimento das vendas na última semana de junho, quando foi registrado a maior venda diária dos últimos 10 anos e a terceira da história.

“O aumento dos emplacamentos no final de junho demonstra a força da demanda reprimida, sobretudo para os veículos de entrada, de até R$ 120 mil. Boa parte do relevante faturamento nos últimos dias junho, cerca de 79 mil, só aparecerá nos emplacamentos de julho”, comemorou Lima Leite.

No mercado de locação, o emplacamento foi de 35.588 mil unidades, um aumento de 16,4% em comparação a maio. No semestre, as vendas para locadoras recuaram 8% em relação ao primeiro semestre de 2022, com 208 mil unidades.

ALCKMIN

Durante a coletiva na manhã de hoje, o vice-presidente e ministro da Indústria e Comércio Exterior, Geraldo Alckmin, disse que a aprovação da reforma tributária, ontem, na Câmara, vai estimular a exportação e traz eficiência tributária ao país e ao mercado automotivo.

Alckmin destacou os bons números conquistados com a Medida Provisória 1.175 (MP), editada pelo Governo Federal em 6 de junho, que ofereceu estímulos tributários para a aquisição de veículos sustentáveis no valor de até R$ 120 mil.

“O programa automotivo foi um sucesso em poucas semanas, foram R$ 500 milhões de crédito tributário para pessoa física. Foi interessante porque mesmo os carros acima de R$ 120 mil aumentaram muito a venda, porque despertou o interesse das pessoas para procurarem as revendas”, destacou o vice-presidente.

Alckmin lembrou ainda da importância da aprovação, pelo Senado, do Marco Legal das Garantias de Empréstimos, que deve estimular a redução das taxas de juros, elevar as alternativas de crédito e diminuir os custos operacionais para as instituições financeiras.

O vice-presidente salientou ainda a importância da retomada do Conselho Nacional de Desenvolvimento da Indústria (CNDI), que vai debater propostas e criar uma política para o setor industrial no Brasil. Desativado há sete anos, o colegiado volta agora com a missão de conter o que o governo chama de “desindustrialização precoce”, já que a produção brasileira é focada muito mais na produção e exportação de matérias-primas e de produtos pouco tecnológicos.

Ontem, no relançamento do CNDI, Alckimin anunciou um investimento superior a R$ 100 bilhões, para estimular a reindustrialização do Brasil, por meio das políticas públicas a serem executadas. Ao todo, 42 membros fazem parte do conselho: 20 ministros, mais o presidente do BNDES; e 21 conselheiros da sociedade civil, representantes de entidades e de trabalhadores e trabalhadoras do setor.

EXPORTAÇÃO

A receita com as exportações totais de veículos automotores e de máquinas agrícolas produzidas no Brasil somou US$ 1,001 bilhão em junho, alta de 0,1% ante o mesmo mês do ano passado. Na comparação com o mês anterior, houve queda de 6%, segundo a Anfavea, que destacou que o recuo é reflexo da piora dos mercados do Chile (-28,4%) e Colômbia (-26,6%).

PRODUÇÃO

Em junho, foram produzidas 180.204 unidades de veículos leves no Brasil, 3,8% menor que no mesmo mês de 2022. Na comparação mensal, houve recuou de 17,2%, de acordo com Anfavea.

Já a produção total de veículos – que inclui automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus – foi de 189.182 unidades no mês passado, 7,1% menor do que foi produzido em junho de 2022 e 17% inferior em comparação a maio.

No acumulado do ano, a produção total cresceu 3,7% para 1.131.968 unidades, na comparação anual, enquanto a produção de veículos leves nos seis primeiros meses deste ano subiu 6,8% ante o mesmo período de 2022, para 1.075.256 unidades.

EMPREGOS

A quantidade de postos de trabalho na indústria automotiva recuou 2,3% na comparação com junho de 2022, para 99.676 posições. O número é 0,5% inferior na comparação com maio, quando o setor fechou com 100.181 postos, informou a Anfavea.