Licenciamento de veículos leves cai 7,6% em dezembro, diz Anfavea

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Foto: General Motors (GM)

São Paulo – Os licenciamentos de automóveis e comerciais leves caíram 7,1% em dezembro na comparação com o mesmo mês do ano passado, a 243.967 unidades, informou a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). Ante novembro, houve elevação de 8,4%.

No acumulado do ano, os emplacamentos de leves somaram 1.954.828 de unidades, queda de 26,7% frente ao mesmo período de 2019. Já os licenciamentos totais de veículos – que incluem automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus – somaram 2.058.437 unidades, queda de 26,2% em base anual e de 8,4% na comparação com novembro.

A venda de caminhões aumentou 14,4% em relação ao mesmo mês do ano passado, com o emplacamento de 9.838 unidades e avanço de 7,6% ante novembro. No acumulado do ano, por sua vez, houve queda de 11,5%, a 89.678 caminhões.

No setor de ônibus, os emplacamentos caíram 40,5% em base anual, a 1.145 unidades. Em relação a novembro, a venda de ônibus teve queda de 17,5%. No acumulado do ano até dezembro, houve baixa de 33,4% a 13.931 unidades.

PRODUÇÃO CRESCE 21,1%

A produção de veículos leves atingiu 197.802 unidades no mês de dezembro, apontando uma alta de 21,1% ante o mesmo mês de 2019. Na comparação com novembro, houve queda de 12,1%, de acordo Anfavea.

Já a produção total de veículos – que inclui automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus – foi de 209.296 unidades em dezembro, crescimento de 22,8% em base anual e queda de 12,1% em base mensal.

No acumulado do ano até dezembro, a produção total caiu 31,6% para 2.014.055 unidades, enquanto a produção de veículos leves nos 12 meses do ano passado recuou 32,1% para 1.904.714 unidades.

EXPORTAÇÕES

A receita com as exportações totais de veículos automotores e de máquinas agrícolas produzidas no Brasil somou US$ 841.629 milhões em dezembro, alta de 28,8% ante o mesmo mês do ano passado. Na comparação com novembro, houve alta de na ordem de 6,3%, segundo a entidade.

PROJEÇÕES

A entidade prevê que o licenciamento total de veículos deve subir 15% em 2021, para 2.367 milhões de unidades, na comparação com 2010. Para as exportações uma alta de 9%, com 353 mil unidades. Em relação à produção, a projeção é de aumento de 25%, para 2.520 milhões de unidades.

“Nós temos uma estimativa conversadora. A gente está imaginando que o Brasil vai crescer. É muito difícil carimbar um número do crescimento do setor, mas estamos achando que vai crescer apesar disso”, disse Luiz Carlos Moraes, presidente da Anfavea.

No mercado de máquinas agrícolas e rodoviárias, a Anfavea espera um crescimento de 7% nas vendas internas. Para a produção, a projeção é de 58,5 mil unidades, com uma alta de 23%. Em relação às exportações, a entidade prevê uma alta de 9%, com 9,4 mil unidades.

Um possível aumento nos preços dos veículos vai depender da volatilidade do câmbio em 2021, disse Luiz Carlos Moraes, presidente da Anfavea.

“Nós imaginamos que o cenário de 2021, que nós projetamos, vai depender da volatilidade do câmbio, de como vão ser os insumos ao longo de 2021. Estamos projetando um cenário com maior estabilidade”, disse em entrevista com jornalistas.

Moraes ainda ressaltou que cada montadora deve decidir sobre o aumento dos preços, mas disse que espera uma estabilização do dólar neste ano.

“Cada montadora vai decidir. As decisões são feitas pelas próprias empresas de acordo com a sua dor. A fase mais crítica tenha sido, a gente espera, ao longo de 2020 com o impacto da base de custo de 2021. Esperamos que o dólar fique sob controle e a gente consiga voltar a crescer em volume sem ter tantos aumentos de preços”, explicou.

Mas apesar de citar o câmbio como fator principal para a definição dos preços no setor automotivo, o presidente da Anfavea chamou de surpresa o aumento dos impostos feito pelo Governo de São Paulo e revelou estar preocupado.

“Infelizmente a gente tem o fato novo. O governo do estado de SP decidiu aumentar os impostos. É um aumento substancial. para nós é uma surpresa. Não esperávamos que o Estado de São Paulo propusesse o aumento da carga tributária de vários produtos, incluindo o setor automotivo. Isso é algo que nos preocupa. Para veículos usados é um aumento de 207%”, finalizou.