IPO da Compass pode arrecadar R$ 4,5 bi; Suno aponta riscos

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São Paulo – A oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) da Compass Gás & Energia no Novo Mercado da B3, poderá movimentar R$ 3,4353 bilhões a R$ 4,527 bilhões, aponta análise da Suno Research. A precificação deve ocorrer no dia 28 de setembro.

A consultoria considera que o preço de R$ 22,50 para as ações da empresa, 21% menor que o indicado na oferta, seria mais justo.

Segundo relatório da Suno Research, a empresa fará uma oferta 100% primária de 117.647.060 novas ações ordinárias de emissão da companhia, que poderá ser acrescida em até 20%, nas mesmas condições e pelo mesmo preço das ações inicialmente ofertadas.

Na oferta, a Compass definiu a faixa indicativa de preços em seu IPO entre R$ 25,50 e R$ 31,50. Ao considerar a faixa indicativa de R$ 28,50 e 117.647.060 ações da oferta base, a oferta pode movimentar R$ 3,353 bilhões. No entanto, caso haja a emissão do lote adicional de até 20% e o suplementar de até 15%, o montante arrecadado pela companhia subiria para R$ 4,527 bilhões.

O acionista vendedor das ações será o Grupo Cosan, que reduzirá a sua participação na companhia de 99,01% para 79,04%. Os recursos irão integralmente para o caixa da empresa.

A análise indica que a companhia pretende usar os recursos em potenciais aquisições de empresas, investimentos em privatizações de distribuidoras de gás, sendo 80% desses recursos para a Gaspetro (80%) e no reforço da sua estrutura de capital (20%).

Segundo o analista da consultoria, Tiago Reis, embora apresente escala, com 2 milhões de clientes e 21% de market share, uma boa evolução em seus resultados desde 2017, com forte crescimento nas linhas da receita operacional líquida, Ebitda e lucro líquido, a operação apresenta riscos regulatório, jurídico, de governança e execução e nenhuma atratividade em termos de valuation.

A contestação da revisão tarifária por entidades do setor, o novo marco do gás tem a capacidade de modificar a dinâmica deste mercado, permitindo a entrada de novos players no mercado e o aumento da competição, além da entrada da empresa em novas linhas de negócios e receitas, como a comercialização de energia, trazem riscos ao negócio que ainda dificultam a avaliação.