Impactos dos ataques no Mar Vermelho não afetarão significativamente o crescimento global, diz Georgieva

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A diretora gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva / Foto: Joshua Roberts/FMI

São Paulo – Os ataques Houthi aos navios do Mar Vermelho têm implicações, mas não o suficiente para inviabilizar o crescimento projetado da economia mundial, disse nesta quinta-feira a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva.

“Isto tem implicações, mas não da magnitude que inviabilizaria significativamente as projeções de crescimento para a economia mundial”, disse Georgieva em entrevista ao Washington Post. “O impacto é mais localizado… acrescenta um pouco de pressão sobre os preços. Ainda não a ponto de eu dizer que a nossa projeção para a inflação global será corrigida para cima”, completou.

Além disso, a diretora do FMI observou que os países emergentes estão enfrentando desafios significativos, com a economia global mostrando sinais de desigualdade de crescimento entre as nações. Ela ressaltou que os mercados emergentes foram os principais beneficiários do crescimento global nos últimos anos, mas estão agora enfrentando dificuldades para acompanhar o ritmo.

Georgieva também abordou questões relacionadas ao desenvolvimento tecnológico, destacando que os custos estão previstos para aumentar e que a fragmentação já é uma realidade presente. Ela mencionou a importância dos países controlarem seus gastos e receitas, bem como a necessidade de prudência nos gastos, inclusive por parte dos Estados Unidos.

Em relação ao cenário geopolítico, Georgieva afirmou que as tensões geopolíticas contribuíram para a fragmentação e ressaltou a importância de monitorar os impactos dessas tensões, particularmente no Mar Vermelho.

Por fim, a diretora do FMI expressou otimismo em relação ao futuro, observando um entusiasmo crescente em torno da economia verde e da economia digital. Ela concluiu a entrevista mencionando que o FMI aumentou suas projeções de crescimento para 2024, evidenciando a resiliência da economia global diante do aperto monetário e ressaltando que o crescimento no último trimestre de 2023 superou as expectativas, sem causar recessão.