Harker, do Fed, só vê aumento de taxas no final de 2022 ou em 2023

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O presidente da unidade do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) da Filadélfia, Patrick Harker / Foto: Fed Filadélfia

São Paulo – O presidente da unidade de Filadélfia do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Patrick Harker, disse que as condições para aumentar as metas básicas de juros devem ser atendidas apenas no fim do ano que vem ou em 2023. As reduções na compra de ativos, no entanto, devem começar logo, afirmou ele.
“Em termos de política monetária, estou no campo que acredita que logo será hora de começar a reduzir lenta e metodicamente nossos US$ 120 bilhões em compras mensais de títulos do Tesouro e títulos lastreados em hipotecas”, afirmou ele em discurso feito em um evento em New Castle.
De acordo com ele, o auxílio foi necessário para a fase aguda da crise. No entanto, agora, o mercado de trabalho sofre por falta de oferta, não de demanda. Jarker explicou que apesar da melhora em relação ao início da demanda, ainda há caminho a percorrer nesse sentido.
“O número de empregos em serviços financeiros e indústrias é igual ou muito próximo dos números pré-pandêmicos, embora ainda haja terreno a ser compensado em lazer e hospitalidade. Em termos de vagas não preenchidas, as funções mais solicitadas no estado são enfermeiras registradas, desenvolvedores de software de aplicativos e representantes de atendimento ao cliente”, explicou.
Sobre a inflação, o diretor do Fed de Filadélfia disse que ela deve se manter em torno de 4% em 2021. “Já estamos vendo alguma moderação aí, conforme os preços dos carros usados finalmente se estabilizam. Depois disso, podemos esperar uma inflação de pouco mais de 2% em 2022 e de 2% em 2023. O desemprego deve cair continuamente durante este período também”, explicou.
Por isso, Harker acredita que só então será possível elevar a meta básica de juros. “Depois de diminuir nossas compras de ativos, podemos começar a pensar em aumentar a taxa de fundos federais. Mas eu não esperaria nenhum aumento nas taxas de juros até o final do próximo ano ou início de 2023”, afirma.
Os riscos à estabilização da inflação, segundo ele, incluem problemas persistentes da cadeia de suprimentos ou outro ressurgimento do vírus. “No curto prazo, o fracasso do Congresso em aumentar o teto da dívida pode prejudicar significativamente o crescimento econômico”, concluiu.