EXCLUSIVO: CEO da CVC prevê forte demanda por viagens no verão e 4T21 acima de 2019

Executivo está animado com a retomada do setor no fim do ano e avanço da vacinação; empresa ainda pretende modernizar rede de lojas

528
Foto divulgação: CVC Viagens

São Paulo – O setor de turismo foi um dos mais afetados pela pandemia de coronavírus que atingiu o mundo em 2019. Com a exigência do uso de máscara e a restrição de circulação, as pessoas deixaram de viajar devido aos altos índices de mortes e à falta de uma vacina.
Agora, com a vacinação acelerada e os números se estabilizando, empresas de turismo já se preparam para o verão, que deve ter uma grande movimentação de viagens.
Em entrevista exclusiva à agência CMA, o presidente da CVC, Leonel Andrade, disse que “pior já passou” e prevê que vai até “faltar avião” nas viagens de fim de ano, sendo que os números do setor já têm melhorado desde maio devido à grande aderência dos brasileiros à vacinação.
“Estamos chegando a níveis iguais a mesma época de 2019. O que eu vendo hoje o cliente vai usar nos próximos meses. O que é muito positivo e está mostrando que o verão vai ser extremamente forte do ponto de vista de movimentação. As companhias aéreas e os hotéis já estão se estruturando. Seguramente, nós vamos ter um verão com tudo lotado. Eu até brinco que entre o Natal e o Ano Novo e no início de janeiro vai faltar avião”, disse o executivo.
Leonel também explica que hoje o brasileiro tem uma visão positiva sobre viajar. Para ele, o risco já não é maior do que sair para ir ao supermercado ou trabalhar no escritório, desde que todas as recomendações, como uso de máscara e distanciamento, sejam respeitadas.
Para os próximos meses, a previsão da CVC é de que os números voltem ao patamar do mesmo período de 2019 (pré-pandemia) e possam até superá-lo. A explicação é a demanda reprimida de quem precisou cancelar a viagem que faria no ano passado e também que é uma época com promoções de pacotes para destinos famosos.
“Esse próximo trimestre, em que outubro e novembro são os melhores meses de vendas de viagens, porque são próximos do final do ano, com uma demanda reprimida e uma série de promoções como a Black Friday, com certeza será muito forte de vendas. Tem tudo para ser muito maior do que em 2019”, disse Leonel.
INVESTIMENTOS
O presidente da CVC ainda revelou que a empresa está aberta para fazer novas aquisições, mas que no momento está investindo em dois novos negócios, em um programa de fidelidade e um marketplace temático.
“O programa de fidelidade não vai ser um programinha de marketing, vai ser
um programa de fidelidade para concorrer com os que tem no mercado, 100% focado
em viagem. Você vai poder acumular suas milhas de banco e será recompensado por ser cliente”, explicou.
Sobre o marketplace temático, Leonel disse que a CVC observa um mercado crescente de experiências únicas, com viagens personalizadas para destinos e atividades para um determinado grupo de pessoas.
“Geralmente, as empresas que possuem esse tipo de nicho são pequenas e não geram confiança, não têm grande capacidade de distribuição. Cada vez mais as pessoas estão buscando personalização. E precisamos ter capacidade de dar o que elas querem. Esse turismo temático é uma tendência cada vez mais forte”, afirmou.
MODERNIZAÇÃO DE LOJAS
Para acompanhar o ritmo do mercado com a digitalização da maioria dos serviços básicos e essenciais, a CVC também prepara uma mudança em suas lojas físicas com investimento em omnicanalidade para maior interação com os clientes desde o ato da compra até o final da viagem.
“A loja não pode ser um ponto de venda transacional simples. A loja precisa ser digital, tem que vender experiência, até porque uma viagem não é só na hora que você embarca. Ela começa no planejamento e é prazeroso isso. E nesse sentimento as lojas podem ser mais importantes”, explicou.
A primeira loja com as mudanças citadas pelo presidente da CVC será inaugurada em outubro, embora não tenha revelado o local. A previsão é que o restante do processo de modernização da rede de lojas deva ser concluído em até 24 meses.
“Na loja nova, toda a vitrine será de vídeo e eletrônica. Vou poder apertar o botão e mudar as lojas no Brasil todo. Vou poder ter uma nova vitrine diferente de uma loja que está a 500 metros de distância, porque eu sei o que o cliente que está procurando. Tudo vai ser por QR Code. O cliente vai clicar ali e levar para casa uma proposta ou uma oferta”, finalizou.
Edição: Danielle Fonseca (daniele.fonseca@cma.com.br)