Haddad não confirma fala de Pacheco de que MP da desoneração será revogada

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Fernando Haddad concede entrevista coletiva à imprensa no CCBB, em Brasília. Divulgação Gabinete de Transição.

São Paulo – O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, não confirmou a declaração feita mais cedo pelo presidente do Congresso, senador Rodrigo Pacheco, de que a MP da desoneração será revogada e de que já existe um acordo com o governo sobre a questão. “Tentei falar com o Pacheco e não consegui”, disse o ministro, em entrevista a jornalistas.

Segundo Haddad, ele levou a Pacheco e ao presidente da Câmara, Arthur Lira, os valores envolvidos caso o veto à medida seja devolvido e a ideia do govern o para contornar a situação. Questionado sobre o posicionamento de Pacheco, Haddad reiterou não poder comentar a declaração do senador sem antes conversar com ele. “Assim que falar com Pacheco, volto a conversar com vocês (jornalistas)”, completou.

Haddad acrescentou que agora as propostas serão apresentadas aos líderes das duas casas, o que deverá ocorrer na semana iniciada em 29 de janeiro. “Até o momento o governo conduziu tudo de forma transparente e continuará assim na questão da MP da desoneração”. Segundo Haddad, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva quer conversar com Pacheco para alinhar a questão. O ministro acrescentou que a ideia é o princípio da reoneração gradual.

O ministro também tratou do possível fim da isenção de tributos a líderes religiosos e que foi decidido que a Advocacia Geral da União (AGU) vai avaliar a questão. Segundo o ministro, o governo está estabelendo um diálogo e criticou o fato de ocorrer uma politização sobre o tema. “É uma questão jurídica e pedimos o apoio da AGU”.

Pacheco diz que há acordo com governo para revogar MP que retoma tributação sobre a folha de pagamento

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, afirmou nesta sexta-feira (19) em evento da LIDE e Veja, na Suíça, que o governo revogará a medida provisória que restabelece tributação sobre a folha de pagamentos. Ele disse que conversou com o presidente Lula e com o ministro da Fazenda Fernando Haddad e que há um acordo sobre o tema.

“A minha preferência foi pela saída através do diálogo e da construção política com o ministro Fernando Haddad e o presidente Lula. Conversei com ambos. E ficou ajustado. E aqui quero dizer: a desoneração da folha de pagamentos a despeito daqueles que concordem ou não com esse instituto, mas tendo sido uma decisão do Congresso Nacional, através de uma lei decidida pelo Congresso, e com um veto derrubado e por mim promulgada a lei valerá”, declarou Pacheco.

A MP foi editada no fim de dezembro e anunciada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, poucas semanas após o Congresso decidir que prorrogaria a desoneração da folha de pagamento de 17 setores intensivos em mão de obra.

Segundo Pacheco, o acordo prevê que esses trechos sejam reeditados em uma nova MP.

Com Cynara Escobar / Agência CMA

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