Guedes estuda previdência para quem ganha até um salário mínimo

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Entrevista coletiva do ministro da economia, Paulo Guedes. (Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

São Paulo – Uma parte do plano do governo para promover a ascensão econômica de pessoas que dependem de programas de assistência social, como o Bolsa Família, é aplicar um “imposto de renda negativo” aos ganhos financeiros daqueles que recebem menos de um salário mínimo e estão tentando deixar de receber estes benefícios, depositando estes créditos em um fundo de previdência, afirmou o ministro da Economia, Paulo Guedes.

“Estamos pensando o seguinte – é um pensamento ainda. Existe vontade de imposto de renda negativo”, disse ele ontem à noite em entrevista à Jovem Pan. “Esses 38 milhões de brasileiros [desassistidos e dependentes de programas sociais] vão envelhecer e pressionar a Previdência. É melhor nós irmos criando sistema de aposentadoria com capitalização. Temos ativos públicos que podem ser lastro de imposto de renda negativo que vai virar crédito desse fundo”, disse Guedes.

“É como se fosse poupança garantida. Trabalhou 500 reais, dá imposto de renda negativo de R$ 100, credita nesse fundo preparado para transferir riqueza. A Petrobras é do povo brasileiro. Roubaram a Petrobras, o fundo de pensão. Queremos que seja do povo mesmo, que seja transparente”, disse o ministro.

Guedes disse que o governo está tentando fazer “várias coisas ao mesmo tempo” ao conectar trabalho formal com políticas de assistência social, e que isso custaria menos do que manter os programas sociais no formato atual.

“[Queremos que] alguém que está na assistência social tenha rampa de ascensão ao mercado de trabalho. A empresa não precisa contribuir. O estado dá crédito a ele por ter trabalhado. Ele saiu e foi trabalhar por R$ 400, R$ 500, é mais barato do que ficar dando R$ 300 para ele não trabalhar. Eles não são mais invisíveis, nós acreditamos, legitimamos e os estimulamos a subirem até conseguirem penetrar no mercado formal.”