Gol prevê alcançar a mesma receita mesmo com alta do combustível; ação sobe

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São Paulo – A Gol atualizou hoje suas projeções financeiras face aos aumentos nos preços de querosene de aviação, os resultados obtidos nos primeiros nove primeiros meses do ano, o atual patamar de vendas de passagens aéreas e as expectativas da disponibilidade de oferta de assentos.

A companhia mantém seu foco na transformação da frota e prevê, que até o final do ano, 44 aeronaves 737-MAX estejam em operação, representando cerca de 30% da frota total. “A nova e mais eficiente Boeing MAX terá papel importante na estratégia da GOL nos próximos anos, contribuindo para aumentar a produtividade, diminuir os custos unitários e reduzir as emissões de carbono”, disse a companhia, no documento divulgado hoje.

No relatório, a companhia informou que a capacidade (ASK) deverá crescer 50-55% (de 55-65% antes); a taxa de ocupação está prevista em 81% (vs. 80% anteriormente); e que apesar da ligeira redução na capacidade, manteve a projeção de receita de R$ 15,4 bilhões.

As margens ebitda e ebit ajustadas esperadas ficaram em 19% (vs. 20% antes) e 7% (vs. 8% antes), respectivamente, em meio a maior custo com combustível; e a alavancagem é estimada agora em 9 vezes (vs. 8x antes).

A estimativa de preço do combustível por litro subiu para R$ 5,9, de R$ 5,7 antes, enquanto a de litros consumidos caiu para 1.110 mm, de 1.1150 mm e o CASK ex-combustível aumentou para US$ 3,7 centavos, de US$ 3,5 centavos antes.

ANÁLISE

Para o BTG Pactual, a projeção de receita da Gol superou a sua estimativa de R$ 14 bilhões antes e ficou em linha com o consenso do mercado, refletindo maiores rendimentos e LF. Já as margens ebitda e ebit ficaram abaixo dos 28% e 16% esperados pelo BTG e acima de 16% e 5% do consenso, devido ao aumento de custos com combustível.

Para o BTG, os resultados do terceiro trimestre apresentados hoje pelaa companhia aérea apontam para uma grande melhora, com a empresa registrando sua maior receita trimestral com a recuperação da demanda corporativa em curso, rendimentos historicamente em alta e a manutenção de uma boa disciplina operacional.

“Daqui para frente, o foco permanece na gestão de liquidez e passivos; volumes de recuperação; dinâmica competitiva; e preços de combustíveis e volatilidade cambial”, avaliam os analistas do BTG, ao reiterar a escolha da ação da Gol como a sua escolha favorita no setor, dada sua maior exposição ao mercado doméstico.

A ação da companhia operava em alta após a divulgação dos resultados e atualização das projeções, de 4,51%, a R$ 8,54, às 14h19 (horário de Brasília), enquanto o Ibovespa subia 1,51%.

O prejuízo líquido foi de R$ 1,54 bilhão, queda de 38,7% em comparação ao mesmo período 2021. Já o prejuízo líquido recorrente atingiu R$ 596,2 milhões, baixa de 33,9%.