Foco da Gerdau em 2021 será baixo endividamento e Brasil

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Foto divulgação: Gerdau

São Paulo – A Gerdau disse que em 2021 seu foco será manter o baixo endividamento e atendimento ao mercado local, especialmente em construção civil. A meta será manter o indicador dívida líquida/ebitda entre 1 vez e 1,5 vez, como em 2020, que encerrou em 1,25 vez.

“A companhia encerrou 2020 com dívida líquida em R$ 17,5 bilhões, ante R$ 16,0 bilhões no ano anterior, o menor nível desde 2017, boa parte, em dólar”, disse Gustavo Werneck da Cunha, presidente da Gerdau.

A companhia mostrou uma visão positiva para o ano, com base na retomada do setor automotivo, crescimento da construção civil, manutenção do bom desempenho energia eólica e máquinas no Brasil, recuperação da indústria automotiva e resiliência do setor agrícola, nos Estados Unidos, disseram os executivos, em teleconferência para investidores.

“Em 2020, tivemos redução das exportações e no momento, o mercado interno é nosso absoluto foco, principalmente por conta do aquecimento do setor de construção e também infraestrutura, que devem somar R$ 126 bilhões, segundo entidades”, disse o presidente da empresa.

“Tivemos um crescimento de 36% em fevereiro ante janeiro no indicador corte-dobra e esperamos um crescimento expressivo, que vai suportar boa parte das nossas entregas.”

A companhia também aposta no atendimento ao consumidor final por meio da plataforma digital Juntos Somos+, que reúne diversas empresas de construção civil.

A companhia também projeta crescimento de 8% a 10% no segmento de aços planos em 2021.

Os investimentos de R$ 3,5 bilhões em 2021 serão destinados a usinas e nas plantas nos Estados Unidos para eliminar custos em relação aos concorrentes, disseram os executivos.

A companhia vê boas perspectivas para os negócios nos Estados Unidos e América do Sul, devido a pacotes de investimento anunciados pelo presidente Joe Biden em infraestrutura e projeções de investimento industrial na Argentina, Chile e Peru.

A política de pagamento de dividendos equivalentes a, no mínimo, 30% do lucro líquido ajustado do exercício, poderá ser ajustada caso o endividamento da companhia diminua, disseram os executivos.

AÇÕES SOBEM

Às 15h23 (horário de Brasília), as ações preferenciais da companhia (GOAU4 e GGBR4) subiam 3,93% e 5,05%, para R$ 12,16 e R$ 27,03. Mais cedo, as ações da companhia ficaram entre as maiores altas do Ibovespa após a apresentação dos resultados do quarto trimestre e revisão das projeções de investimento.

BTG REITERA COMPRA

Em relatório, o BTG Pactual disse que os resultados da companhia no quarto trimestre vieram acima da previsão, em 21% no ebitda, por exemplo, de R$ 3 bilhões, impulsionado, principalmente por preços no Brasil, resultando em boas margens e geração de fluxo de caixa livre. Devido a perspectiva de valorização e crescimento de ebitda acima de R$ 11 bilhões, os analistas reiteraram a recomendação de compra das ações da companhia.

“Acreditamos na resistência estrutural do mercado imobiliário no Brasil e esperamos que a demanda por aços longos se torne uma história de crescimento. Pela primeira vez em anos, acreditamos que a empresa está bem posicionada para repassar aumentos de preços e superar as expectativas”, disseram os analistas.