Fim de barragem à montante e reorganização de metais básico tem impacto neutro, dizem analistas

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Carregamento de caminhões fora de estrada na Mina de Conceição, Itabira (MG), da Vale / Foto: Janaina Duarte

São Paulo – Embora a Guide e a Levante classifiquem como neutro o impacto da eliminação da eliminação de três barragens construídas à montante e a reorganização das operações com metais básicos anunciados ontem pela Vale (VALE3), as ações da mineradora sobem no início da tarde desta sexta-feira. Por volta das 12h40 (horário de Brasília), os papéis registravam alta de 5,75%, a R$ 72,37.

Segundo os analistas da Guide, a reorganização está em linha com outras iniciativas da Vale visando aumentar a produção e rentabilidade das operações com metais básicos. “Após muitos anos em queda, a demanda por metais básicos está aumentando principalmente em função de novas tecnologias, como veículos elétricos, e a Vale vem se preparando para atender esta demanda.” A descaracterização das barragens, dizem os especialistas, já estava prevista desde as primeiras iniciativas para aumentar a prevenção de acidentes após o desastre em Brumadinho em 2019, que deixou 270 mortos.

Os analistas da Levante Investimentos têm relatório parecido, e acrescentam que o andamento do Plano de Descaracterização e a eliminação de barragens conforme o cronograma esperado pela companhia traz um certo alívio para os investidores, amenizando o risco de um novo rompimento. Ao todo, 12 barragens foram eliminadas desde 2019, quando se iniciou o Plano de Descaracterização.

Com uma reorganização de suas operações de metais básicos no Brasil, com os ativos de cobre sendo transferidos para a Salobo Metais S.A., e os ativos de níquel serão transferidos para uma nova sociedade que ainda será constituída. Segundo a Vale, a reorganização trará maior eficiência nos processos e na gestão.

A Genial divulgou análise mais positiva para a companhia. “A descaracterização das barragens é muito importante para a Vale, principalmente tendo em vista as tragédias de Mariana e Brumadinho”, dizem os analistas. “Descontruir as barragens custa caro, mas significa diminuir operacionais da companhia”, considera a Genial.