Fenabrave diz que MP do governo fez venda de veículos avançar 10,3% em junho

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Foto: General Motors (GM)

São Paulo, SP – A Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) afirmou que a MP Medida Provisória nº 1.175, editada pelo Governo Federal em 6 de
junho, que dispõe sobre mecanismo de desconto patrocinado na aquisição de veículos
sustentáveis, já possibilitou alta de 10,3% do setor sobre junho de 2022.

No semestre, a alta foi de quase 14% nos emplacamentos de todos os segmentos automotivos somados, lembrando que, em 2022, o desempenho dos seis primeiros meses do ano foi impactado por fatores como a guerra na Europa e a falta de peças e componentes na indústria. “Todos os segmentos registraram alta no volume, com exceção de caminhões, categoria que teve de se ajustar à nova tecnologia de emissões (Euro 6) na primeira metade de 2023, diz o Presidente da Fenabrave.

Com a atual volatilidade do cenário econômico e diante da possibilidade de elaboração de novas políticas públicas de fomento ao setor automotivo no País, a Fenabrave decidiu não rever, ainda, suas projeções para 2023, mantendo uma expectativa de crescimento de 3,3% nos emplacamentos para o ano, considerando todo o setor.

Na avaliação da entidade, que representa 7.400 concessionárias de veículos no país, o maior movimento dos emplacamentos se deu, especialmente, a partir do dia 20 de junho, quando o volume de efetivação das vendas passou a superar o volume diário de 5 mil unidades, chegando a mais de 22 mil nos últimos dias do mês desempenho similar ao alcançado em 2012, ano de recorde histórico de emplacamentos no País, quando mais de 3,6 milhões de autos e leves foram comercializados ao mercado interno.

“Até a publicação da Medida Provisória, em 6 de junho, os consumidores estavam em compasso de espera, pois o MDIC havia anunciado, em 25 de maio, que algum incentivo seria oferecido em breve. Após a publicação, houve o tempo de troca de notas fiscais entre
concessionárias e montadoras, a habilitação das montadoras aos créditos tributários e, enfim, o início do atendimento aos pedidos dos clientes, que foram os mais beneficiados com a medida, que era o nosso principal objetivo, já que o consumidor final foi quem mais perdeu poder de compra nos últimos anos”, comentou Andreta Jr., Presidente da entidade.

O presidente da entidade explica que alguns entraves inviabilizaram que o sucesso da Medida Provisória aparecesse mais em junho. Segundo Andreta Jr., o prazo médio entre o fechamento da venda de um veículo e seu emplacamento costuma demorar cerca de 15 dias.

Soma-se a isso o fato de que, após a publicação da MP nº 1175, concessionárias e montadoras tiveram de realizar trâmites de ajustes de notas fiscais e alguns Detrans Departamentos Estaduais de Trânsito ainda enfrentaram problemas de lentidão em seus processos. “Esse cenário fez com que o salto nos emplacamentos fosse observado apenas na última semana do mês, mas já foi suficiente para termos um resultado melhor que o de maio. Isso nos mostra que os primeiros dias de julho poderão ser positivos, pois devem
refletir emplacamentos de vendas realizadas e não registradas em junho”, apontou.

O sucesso da MP nº 1.175 foi tamanho que os R$ 500 milhões destinados aos segmentos de automóveis e comerciais leves já se esgotaram, o que fez com que o Governo Federal realizasse novo aporte de R$ 300 milhões em descontos tributários. “A iniciativa do Governo foi essencial para o setor e para o consumidor brasileiro, que é quem, de fato, precisa desses incentivos. Ficou claro que milhares de brasileiros estavam apenas esperando uma oportunidade para poderem adquirir um veículo novo. Nosso objetivo era exatamente alcançar os três principais fatores: preço acessível ao poder de compra, sustentabilidade e densidade fabril”, diz o presidente da Fenabrave, que reconheceu que, além dos incentivos do governo, também as montadoras adicionaram descontos a alguns modelos, assim como os bancos dos fabricantes lançaram taxas atrativas para fomentar os financiamentos aos veículos que fizeram parte do pacote de benefícios.

Como o novo aporte de recursos deve se esgotar ainda em julho, a Fenabrave se mostrou preocupada com os resultados das vendas nos próximos meses e está preparando um projeto para apresentar ao Governo Federal, a fim de oferecer uma solução que vise o crescimento sustentado para o setor automotivo, sem perdas de arrecadação.

“O governo e seus ministérios têm se mostrado muito abertos a ouvir medidas propositivas de crescimento econômico, e a Fenabrave tem sido convidada a demonstrar seus pontos de vista. Quero ressaltar que sempre estaremos à disposição para colaborar nessa discussão. Essa primeira iniciativa de impulso ao mercado de veículos foi um sucesso e tenho a certeza de que, junto ao Poder Público, encontraremos novas alternativas para buscar o
crescimento contínuo, completou Andreta Jr.