Executivo de sustentabilidade do Bradesco vê maior adesão do setor privado à COP 27

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São Paulo – O diretor de sustentabilidade do Bradesco, Marcelo Pasquini, esteve na conferência do clima da Organização das Nações Unidas, a COP 27, realizada nesta semana, no Egito e, além de reforçar o compromisso do banco de de investir R$ 250 bilhões em sustentabilidade até 2025, disse que percebeu um engajamento muito grande do setor privado, com direito a “presença maciça de altas lideranças e a assinatura de compromissos voluntários significativos.”

Em entrevista à Agência CMA, o executivo disse que, até mesmo o setor financeiro surpreendeu a todos no ano passado, ao anunciar o comprometimento de alinhamento de 40% de seus ativos com a neutralidade climática.” Isso mexeu com as expectativas internacionais, devido à grande influência do setor financeiro sobre as economias e sobre seus clientes.”

“Estima-se que a necessidade de recursos, a nível internacional, seja da ordem de US$ 6 a 9 trilhões. Essa montanha de dinheiro, que será empregado no desenvolvimento de novas tecnologias, mudanças nos processos produtivos, investimentos em infraestrutura, entre outros, vai resultar em mudanças importantes em praticamente todos os setores.”

De acordo com o especialista, a atuação das instituições financeiras têm sido cada vez mais focada não apenas para se prepararem para essa transição de um ponto de vista de gestão de riscos, mas principalmente para apoiarem seus clientes nessa transição, assim como o Bradesco afirma que quer fazer com esses R$ 250 bilhões que, até junho deste ano, já tinha empenhado 52% da meta, conforme Pasquini informou.

De acordo com o executivo, esse dinheiro será direcionado para negócios sustentáveis, fomentando negócios de impacto positivo, através do portfólio de produtos e serviços, da concessão de crédito e do banco de investimentos. Ele acredita que esse é o principal papel do setor financeiro no combate às mudanças climáticas.

“Pensando em Brasil e mudanças climáticas, vai existir cada vez mais uma necessidade de crédito e financiamento para que as pessoas se adaptem a uma posição diferente frente a essas temáticas”, ele projeta, lembrando que o Brasil sempre teve um papel de destaque na agenda climática.

“Sempre lideramos essa agenda. Temos uma matriz elétrica invejável, onde cerca de 83% a 85% da energia é proveniente de fontes renováveis. Em um mundo que busca formas de substituir a geração de energia produzida através do carvão e outros combustíveis fósseis, nós já partimos de uma posição muito privilegiada, o que nos credencia a produzir de tudo com uma pegada de carbono indiscutivelmente menor do que os demais países.”

O especialista disse ainda, que, diante da urgência do tema é necessária uma sensibilização e engajamento de clientes a respeito dos efeitos das mudanças climáticas sobre seus negócios, para que conheçam melhor os riscos e oportunidades que surgirão da transição, bem como no financiamento das suas necessidades, ele explica.