EUA anunciam tarifas a chapas de alumínio do Brasil e mais 17 países

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Foto: JM Griffin / freeimages.com

São Paulo – Os Estados Unidos anunciaram a aplicação imediata de tarifas sobre US$ 1,96 bilhão em chapas de alumínio de
18 países, inclusive do Brasil, após determinarem que os produtos estavam sendo despejados de forma ilegal no país, disse o secretário de Comércio norte-americano, Wilbur Ross.

“Este é o maior e mais abrangente caso que nosso departamento trouxe em mais de 20 anos”, disse Ross, em entrevista à “Fox Business”. “Cobre US$ 1,96 bilhão em importações de chapas de alumínio de 18 países diferentes”.

Segundo ele, a tarifa será a mais alta contra a Alemanha, com de 52% a 132%, seguida pelo Bahrein, com tarifas bem menores, de um dígito. Os outros países na lista são Brasil, Croácia, Egito, Grécia, Índia, Indonésia, Itália, Omã, Romênia, Servia, Eslovênia, África do Sul, Coreia do Sul, Espanha, Taiwan e Turquia.

“Esta é uma determinação preliminar, mas tarifas começarão a ser coletadas imediatamente”, o secretário de Comércio norte-americano. “A determinação final será em fevereiro de 2021” pela Comissão de Comércio Internacional dos Estados Unidos.

Ross destacou que a China não está na lista, citando que os Estados Unidos já possuem muitas tarifas em vigor contra os produtos de alumínio chineses, e que o excesso da capacidade da China está sendo despejado em outros mercados.

“É uma questão muito complicada, mas o fato é que há muito despejo ilegal nos Estados Unidos e é isso que estamos reprimindo”, disse. O secretário destacou que há casos separados contra alguns dos países da lista.

Ao ser questionado sobre as implicações negativas das tarifas, como a alta de custos para empresas norte-americanas que fabricam carros ou casas, por exemplo, Ross disse que países que subsidiam exportações fazem o mesmo com tarifas.

Além disso, “a demanda fundamental por muitos dos produtos de consumo ficou muito forte”, disse o secretário, citando um aumento nas vendas de veículos recreativos e barcos luxuosos, uma vez que muitos norte-americanos estão preferindo estas opções a usar o avião durante a pandemia do novo coronavírus.

“Quando você tem essas fortes condições subjacentes em uma indústria, as tarifas não são tanto um problema”, concluiu.