Empresas poderão cuidar de rede privativa 5G do governo, diz ministro

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O presidente da Telebras, Jarbas Valente, o ministro das Comunicações, Fábio Faria e o presidentes da VIASAT, Leandro Gaunszer. (Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

São Paulo – O edital de 5G prevê que o governo federal possuirá uma rede privativa separada da rede que atenderá o público em geral e o governo deve adotar em breve as mudanças jurídicas necessárias para que empresas do setor privado operem esta rede, afirmou o ministro das Comunicações, Fábio Faria, durante uma entrevista coletiva.

“Temos que preservar as nossas informações sensíveis e tirar qualquer que seja algo que esteja na imaginação da pessoa achar que podem estar espionando o governo brasileiro”, disse Faria, acrescentando que esta foi a forma encontrada pelo governo para se proteger de potenciais vazamentos de dados.

O comentário do ministro veio em resposta a questionamentos sobre se o edital de 5G incluiria interdições ao uso de equipamentos da empresa chinesa Huawei, que foi acusada pelos Estados Unidos de oferecer equipamentos com falhas de segurança capazes de permitir o monitoramento das redes de telefonia por terceiros.

Faria reiterou que o edital não terá restrições diretas ao uso da equipamento da Huawei ou de outras empresas, e que o risco de vazamento de dados independe de quem está fornecendo o equipamento às operadoras de telefonia.

“Temos hoje praticamente cinco grandes [fornecedores]: Nokia, Ericcson, Samsung, Huawei e NEC. Não dá para a gente saber se as empresas plugarem um ‘backdoor’ nos seus equipamentos, que a gente consiga evitar. Foge de de qualquer critério de cibersegurança”, disse ele.

“A nossa preocupação foi eliminar qualquer risco dentro da rede segura. Esse foi o nosso critério utilizado, que acho que é o critério mais justo. O resto a gente tem que deixar para o livre mercado”, afirmou.

“Quem vai ‘bidar’ [fazer as propostas] no leilão leilão são as empresas de telecom – Claro, TIM, Vivo – e no momento posterior e que elas vão comprar os equipamentos. Isso é o livre mercado entre as empresas de telecom com os fornecedores”, disse o ministro, acrescentando que o cuidado do governo foi estabelecer critérios específicos para a rede segura. Ele não disse, porém, se estes critérios invalidam a compra de equipamentos de alguns fornecedores.