Em discurso na TV, Bolsonaro promete vacina para todos até o fim do ano

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Coletiva de Imprensa do Presidente da República, Jair Bolsonaro e Ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta. (Foto: Isac Nóbrega/PR)

São Paulo – O presidente Jair Bolsonaro prometeu que todos os brasileiros que desejarem serão vacinados ainda este ano com medicamentos aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), em discurso realizado ontem à noite em cadeia nacional de rádio e TV por cerca de cinco minutos.

Na abertura do pronunciamento, ele lamentou as mortes no país decorrentes da covid-19 e “celebrou” 100 milhões de doses de vacinas contra a doença distribuídas a estados e municípios. Segundo ele, o governo federal assinou na terça-feira, um acordo de transferência de tecnologia entre a AstraZeneca e a Fiocruz para a produção de vacinas no país.

“Com isso, o Brasil passa a integrar a elite de apenas cinco países que produzem vacina contra a covid-19 no mundo”, disse, acrescentando que o país é o quarto que mais aplica o imunizante. Ontem, no início da tarde, o governador de São Paulo, João Doria, divulgou um novo calendário de imunização que prevê a vacinação da população acima dos 18 anos até o fim de outubro no estado.

Sobre as medidas de isolamento social adotada por prefeitos e governadores em boa parte do país, Bolsonaro disse que o governo federal “não obrigou ninguém a ficar em casa”, além de não fechar comércio, igrejas ou escolas e “não tirou o sustento de milhares de trabalhadores informais”, destacando que, em 2020, foram destinados R$ 320,0 bilhões para o auxílio emergencial e mais de R$ 190,0 bilhões de ajuda para estados e municípios.

ECONOMIA

O presidente ressaltou a criação de mais de 900 mil vagas de emprego entre janeiro e abril, segundo os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados na semana passada pelo Ministério da Economia. Além do resultado do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre deste ano. “O PIB projetado para 2021 prevê um crescimento da economia superior a 4%”, disse.

No discurso, Bolsonaro destacou as pautas aprovadas no Congresso este ano como a nova lei do Gás, o marco legal do saneamento, a Medida Provisória (MP) da liberdade econômica, a independência do Banco Central (BC) e o novo marco fiscal. Além dos leilões de rodovias, portos e aeroportos realizados pelo governo.

Bolsonaro citou ainda as máximas históricas do índice Ibovespa registradas nesta semana e citou que a “moeda brasileira se fortalece”. “Estamos avançando no difícil processo de privatizações”, emendou.

Segundo ele, as estatais, que antes davam prejuízos, agora têm apresentado lucros em sua gestão. “A Caixa bateu recorde de lucro, mesmo reduzindo os juros do cheque especial, da casa própria, das micros e pequenas empresas e dos empréstimos às Santas Casas”, disse. E prometeu, para este ano, a conclusão das obras da Ferrovia Norte-Sul, que ligará o Porto de Itaqui, no Maranhão, ao Porto de Santos, em São Paulo.

Por fim, o presidente da República comentou sobre a realização da Copa América – organizada pela Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) – no Brasil, alegando que o torneio seguirá os mesmos protocolos adotados na realização da Copa Libertadores da América e das Eliminatórias da Copa do Mundo de 2022. “O nosso governo joga dentro das quatro linhas da Constituição”, justificou.

MANIFESTAÇÕES

Durante o discurso de Bolsonaro, foram registradas manifestações em algumas capitais como São Paulo, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Recife e Brasília, os famosos “panelaços”, seguidos de gritos de “fora, Bolsonaro”.