Em audiência no Senado, Jean Paul Prates explica política de preços da Petrobras

605
Senador Jean Paul Prates (PT-RN) /Foto: Roque de Sá/Agência Senado Fonte: Agência Senado

São Paulo – Em audiência pública no Senado, o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, disse que a companhia “faz o seu preço”, mas não determina o preço do mercado, e que o PPI (Preço de Paridade de Importação) é válido para importadores de petróleo.

“O PPI é pior para a comercialização. Nós trabalhamos com uma margem, de um ponto em que a Petrobras não vende, até o máximo que o cliente sai da mesa. Esse túnel de volatilidade provê uma espécie de amortecimento dessas variações diárias, oportunistas, especulativas. Ele é baseado nas vantagens competitivas da companhia, como escala e comunicação entre as refinarias”, explicou o executivo, em resposta a senadores sobre a política de preços da companhia e periodicidade de reajustes.

Prates disse que nunca foi falado que o preço “nunca aumentaria” e que o presidente Lula, ao ouvir sua explicação sobre a política de preços, apenas simplificou e chamou de “abrasileirar” o preço.

Segundo Prates, o PPI fazia a companhia se comportar como uma importadora de petróleo ao praticar preços internacionais. “O PPI é para quem importa, para quem paga frete de Roterdã para importar petróleo para cá.”

Ele disse que nos últimos anos, o lucro exorbitante na gestão anterior foi “fora do normal” e que, nos governos do PT, o problema que houve foi o de corrupção dos executivos da companhia e não tem relação com a política de preços praticada na época.

“Não tenho constrangimento de dizer que a Petrobras é controlada pela União, temos que abandonar essa visão. Isso não quer dizer que o Estado vai subsidiar preço de combustível”, disse Prates.

Em relação à exploração de petróleo na Margem Equatorial, ele considera “muito radical” definir definitivamente por não pesquisar a capacidade da região.

O presidente da Petrobras também disse que a geração de energia eólica no mar (offshore) tem escala diferente que a geração eólica na terra (onshore) e que, assim como na exploração de petróleo, a companhia poderá atuar nas duas formas.

Em relação às perspectivas para a companhia, Prates disse que a gestão anterior dizia que estava se concentrando em algumas áreas e colocou ativos no Norte, Nordeste e Sul à venda e sem receber investimentos e que a tendência da Petrobras, seria “morrer”, e que agora, a empresa está recebendo novos investimentos e os campos vão produzir mais, com descarbonização, usando plataformas elétricas ao invés de a gás, por exemplo. “Faremos a transição energética sem deixar ninguém para trás.”