Economia europeia deve encolher entre 8% e 12% este ano, diz Lagarde

796
A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde / Foto: Martin Lamberts/BCE

São Paulo – A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, afirmou esperar que a economia europeia em 2020 encolha entre 8% a 12%, a maior queda no Produto Interno Bruto (PIB) em tempos de paz, segundo ela.

Lagarde afirmou que apesar de ser difícil coletar dados preciso no momento devido às várias limitações físicas impostas pelos bloqueios colocados devido à pandemia do novo coronavírus, o órgão trabalha com cenários diferentes de possibilidade para a economia.

“Tínhamos três cenários possíveis, um ameno, um mediano e um severo. O ameno projetava uma queda de 5%. Esse, no entanto, já está ultrapassado, na minha opinião. Agora, trabalhamos com o mediano e o severo, quedas de 8% e 12% respectivamente. 2020 terá um encolhimento econômico entre esses dois valores”, afirmou Lagarde em evento online do BCE.

De acordo com Lagarde, o cenário será determinado pelo tempo no qual os bloqueios serão suspensos e no qual os negócios voltarão a funcionar normalamente. A presidente do banco central também destacou que o choque causado pela pandemia foi em todos os países.

“O choque é simétrico. As consequências, no entanto, serão assimétricas, dependendo da dependência de cada país em determinado setor e da margem de operação que as nações possuem em seus orçamentos”, disse ela.

Lagarde também afirmou que não acredita que uma nova crise do Euro está por vir. “Esse momento forçou todos os países a realizarem novas dívidas.

Não há exceções. E isso no mundo todo. Foi a coisa certa a se fazer, pois é isso que oferece dinheiro para que as nações apóiem sua população”, disse ela.

“Além disso, a maioria das taxas de juros básicas não só aqui como em outros bancos centrais está muito baixa, próxima do zero. Em alguns lugares, estão negativas. Isso oferece maior acômodo para as dívidas”, afirmou Lagarde.

Por fim, Lagarde destacou que o papel do BCE na crise tem sido o de aumentar a liquidez, possibilitar mais opções de crédito e disponibilizar euro para países que precisam da moeda por meio de linhas de swap e recompra.