CSN deverá reduzir plano de investimento de R$ 4 bilhões, mas está otimista

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Foto divulgação: Companhia Siderúrgica Nacional

São Paulo – A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) disse que está fazendo “um pente fino” em seus projetos para avaliar economias no investimento projetado de R$ 4 bilhões para o ano, que deve ser reduzido, disse o diretor financeiro da CSN, Marcelo Cunha Ribeiro, em videoconferência de resultados do segundo trimestre.

O executivo disse que a companhia continua com planos de crescer no exterior, mas dentro de uma estrutura de capital conservadora e por isso, pode rever alguns planos. Nesse sentido, o programa de recompra de ações anunciado se insere no contexto de melhorar o valor das ações e a alocação de capital da companhia, que busca manter a política de dividendos atual e a alavancagem baixa.

Benjamin Steinbruch, presidente da CSN se mostrou otimista para o terceiro trimestre. “Conseguimos sustentar os preços em siderurgia, temos estoques e produtos adequados, estamos bem no mercado interno e externo, então acreditamos num terceiro trimestre muito bom. Temos R$ 3-4 bilhões de estoques que precisam ser maximizados na mineração e na siderurgia, em cimento esperamos um trimestre bom de vendas e a aprovação do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) e absorção até o final deste mês”, detalhou.

O executivo espera melhor geração de caixa e pretende dar prosseguimento ao plano de internacionalização da empresa. “Ter ativo fora é importante para a perenidade da empresa, que deem uma visão mais conservadora para nossos acionistas em relação ao futuro da companhia”, comentou.

Steinbruch disse que vê o mercado financeiro se ajustando e por isso, voltou a avaliar a emissão de bonds e o programa de recompra de ações como opções de alocação de capital. “Mas, nossa prioridade é o respeito à alavancagem baixa, é muito mais fácil, previsível trabalhar com alavancagem baixa. Mas às vezes escorregamos. Quase perdemos a CEEE-G (geradora de energia comprada pela cia neste mês), mas deu certo”, relatou o CEO da CSN.

Em siderurgia, a companhia espera preços mais estáveis em aços e disse que já fechou alguns contratos com preços 8-10% maiores que o do segundo trimestre. O preço de placa deve ficar estável e o nível de penetração de importação deve chegar a 11%, considerado saudável para o mercado.

No exterior, a companhia espera recuperação na Europa, especialmente na Alemanha e Portugal, mas o crescimento deve ser impulsionado principalmente pela recuperação da China.

O guidance (da siderurgia) deve continuar em 5 milhões de toneladas devido ao crescimento das vendas 10% no 3T22 sobre o 2T22, segundo a diretoria da CSN.

“No segundo trimestre, enfrentamos desorganização logística das cadeias de suprimentos, colocamos a barba de molho, organizamos estoques, logística. Tivemos impacto no preço futuro e no vendido, e essa foi a questão pontual da mineração. Em siderugia e cimento, já tínhamos impacto de elevação de custo então produzimos a preço ótimo, ou seja, em nível favorável ao custo”, comentou Benjamin Streinbuch, presidente da CSN.

A companhia disse ter enfrentado uma “gangorra” devido a volatilidade dos preços de minério de ferro ao longo do ano e a queda dos preços foi o destaque negativo do segundo trimestre.