Criação de ministério não esteve na pauta das ações de segurança, diz Rui Costa

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O presidente Lula, ministros, comandantes das Forças Armadas e o diretor-geral da Polícia Federal em entrevista coletiva sobre ações na área de segurança pública. Foto: Ricardo Stuckert

São Paulo – Em anúncio do governo federal de ações integradas de segurança pública, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, disse que a criação de um novo ministério não esteve na pauta. O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, também garantiu que, por enquanto, sua exoneração não foi anunciada – há especulações de que a pasta será fatiada para acomodar políticos do ‘Centrão’. Nesta quarta-feira, o presidente Luís Inácio Lula da Silva anunciou um decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), que prevê ações integradas para apoiar a segurança pública nos Estados no combate ao crime organizado.

“Como a violência se agrava a cada dia, o governo federal tomou uma decisão de se aproximar e apoiar o Rio de Janeiro no combate ao crime organizado. Essa GLO vai até maio do ano que vem e se for necessário, nós vamos reforçar”, disse Lula, em entrevista a jornalistas, no Salão Leste do Palácio do Planalto, em Brasília (DF). No entanto, ele deixou a coletiva após anunciar o plano e pediu aos jornalistas que dirigissem as perguntas aos ministros.

O ministro Flávio Dino disse que o GLO é o melhor caminho para as ações integradas, que envolverão portos como Itaguaí e de Santos, os aeroportos do Galeão (RJ) e de Guarulhos (SP) e fronteiras no Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Paraná, embora não exista decreto na faixa de fronteira, nem no mar territorial, pois não é necessário. Também foi incluído o lago de Itaipu (PR). Ao todo, serão destacados 3700 oficiais das Forças Armadas para essas ações.

Outros eixos também serão as ações ordinárias das polícias e Forças Armadas e modernização tecnológica da segurança pública. “O decreto é inovador por que integra as ações. Agora vamos apoiar as polícias estaduais”, explicou o ministro.

Dino garantiu que o plano “não foi feito às pressas”, e foi elaborado após “várias reuniões” com os governos municipal e estadual do Rio de Janeiro, entidades e sociedade civil.

No dia 10 de novembro, em Manaus (AM), o governo estará na Amazônia Legal para a assinatura de acordo de cooperação na área de segurança, nos moldes do que foi anunciado hoje, mas não será uma nova GLO, disse o ministro Flávio Dino.

O ministro da Casa Civil, Rui Costa, disse que o governo empenhará “todos os esforços necessários” para atualizar as forças com “o que há de melhor em tecnologias” de monitoramento, até o prazo máximo, para aquisição de equipamentos e softwares, sem detalhamento, para apoiar as ações de segurança.

O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, também disse que será anunciado um Plano Nacional de Combate ao tráfico de drogas e ao contrabando nestes terminais. As forças de segurança poderão atuar sem restrições, explicaram os ministros.

Também participaram do anúncio o ministro da Defesa, José Mucio, os comandantes da Marinha, Almirante Marcos Olsen, do Exército, General Tomás Paiva, e da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro do Ar Marcelo Damasceno, e o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues.

O diretor da PF disse que a integração será importante e que uma ação realizada ontem no Rio de Janeiro apreendeu R$ 2 milhões em imóveis, embarcações, dinheiro em espécie e carros blindados de luxo.