Copom mantém Selic em 13,75% ao ano

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Edifício-Sede do Banco Central do Brasil em Brasília. (Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

Brasília – Pela segunda vez consecutiva neste ano, o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu, nesta quarta-feira, manter a taxa básica de juros em 13,75% ao ano. Os próximos passos da política monetária, conforme o Copom, poderão ser ajustados e o ciclo de aumento da taxa de juros poderá ser retomado “caso o processo de desinflação não transcorra como esperado”.

A decisão, segundo o Copom, reflete a incerteza nos cenários avaliados, mas é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta em 2023 e de 2024.

No comunicado divulgado após a reunião, o comitê diz que “sem prejuízo de seu objetivo fundamental de assegurar a estabilidade de preços, essa decisão também implica suavização das flutuações do nível de atividade econômica e fomento do pleno emprego”.

O Copom diz que se manterá vigilante e vai avaliar se a estratégia de manutenção da taxa básica de juros por período suficientemente prolongado será capaz de assegurar a convergência da inflação. “O comitê reforça que irá perseverar até que se consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas”, afirma.

INFLAÇÃO ELEVADA

O Copom avalia que a inflação ao consumidor continua elevada, “apesar da queda recente concentrada nos itens voláteis e afetados por medidas tributárias”. Para o grupo, a inflação vai permanecer acima do intervalo compatível com o cumprimento da meta estabelecida para 2022. A projeção de inflação do Copom é de 5,8% para 2022, mesmo índice da reunião de setembro. Para o próximo ano, a projeção é de 4,8% e 2,9% para 2024.

Pela avaliação do comitê, “o ambiente externo mantém-se adverso e volátil, com revisões negativas para o crescimento global e aumento da volatilidade nos ativos financeiros”. Segundo o Copom, o ambiente inflacionário segue pressionado, enquanto a política monetária nos países avançados prossegue na direção de taxas restritivas, tornando as condições financeiras mais apertadas.

Para o comitê, há uma maior sensibilidade dos mercados a fundamentos fiscais, inclusive em países desenvolvidos, o que deve provocar “maior atenção para países emergentes”. Em relação à atividade econômica brasileira, a avaliação do Copom é que o conjunto dos indicadores divulgado desde a última sinalizou um ritmo mais moderado de crescimento.