Construção e automóveis devem puxar vendas de aço em 2020

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São Paulo – A perspectiva de que a economia brasileira ganhe tração, somada aos sinais de recuperação vindos da construção civil e da indústria automotiva, o setor de siderúrgica deve ter uma retomada do crescimento este ano.

De acordo com o relatório Focus do Banco Central (BC), divulgado na segunda-feira (20), a previsão é que o Produto Interno Bruto (PIB) cresça 2,31% neste ano.

Por segmento, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) acredita em uma elevação de 9,4% nos licenciamentos de veículos novos e um avanço de 7,3% na produção do segmento.

No mercado imobiliário, embora o Secovi-SP, uma das principais entidades do setor ainda não tenha uma projeção oficial, a expectativa é positiva para o ano com uma recuperação mais forte nas vendas devido à queda nas taxas de juros, o que pode implicar em 40 mil novos lançamentos.

Para o Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço (Inda), a perspectiva para o ano é de crescimento próximo a 5%, mais consistente do que foi em 2019. “Basicamente, estamos entrando o ano com uma sensação de melhora e se, conseguirmos atingir esse crescimento, vai ser excelente”, diz o presidente da entidade, Carlos Jorge Loureiro.

Loureiro ressalta que a demanda maior nos primeiros meses do ano deve vir da área de aços longos, demandados principalmente pela construção civil. Já a área de laminados planos tende a ser mais demandada a partir do segundo trimestre, quando são aguardados os investimentos em infraestrutura.

Essa estimativa está em linha com a projeção do Instituto Aço Brasil (IABr) que prevê aumento de 5,1% nas vendas internas de aço em 2020, para 19,4 milhões de toneladas, enquanto a produção deve crescer 5,3% e registrar 34,2 milhões de toneladas.

Para a analista da BB Investimentos, Gabriela Cortez, o crescimento do setor siderúrgico está atrelado à expectativa de expansão da economia brasileira. “A melhora na economia, somada aos sinais de recuperação da construção e uma demanda maior na área automotiva beneficia diretamente as siderúrgicas”.

Segundo ela, outros segmentos também devem puxar uma alta no setor siderúrgico durante este ano, especialmente a área de infraestrutura que deve começar a demandar aço para a construção de obras na área de energia, em decorrência dos leilões feitos entre 2017 e 2018. “Os resultados desses leilões começarão a aparecer neste ano”.

Na visão do analisa da Planner Corretora, Luiz Caetano, a venda de produtos siderúrgicos em 2020 será vigoroso em todos os segmentos de uso intensivo, acompanhando a retomada da economia, que tende a beneficiar tanto a área de construção, quanto a indústria automobilística. “A esperança é que com o crescimento do PIB voltando ao normal, a siderurgia consiga avançar duas vezes mais, principalmente a partir do segundo trimestre”.