Conselho da Petrobras valida análises do comitê de elegibilidade sobre indicações da União

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Foto: Divulgação/Petrobras

São Paulo – O conselho de administração da Petrobras, em reunião extraordinária realizada hoje, e que contou com a participação apenas de seus membros que não foram indicados para nova eleição, validou integralmente as análises do Comitê de Elegibilidade (Celeg) em relação aos candidatos indicados pelo acionista controlador e pelos acionistas minoritários para compor o colegiado.

O conselho deliberou também, com a participação de todos os seus membros, por maioria, sobre a convocação de assembleia geral extraordinária a ser realizada em 19 de agosto. O edital de convocação e o manual para participação na Assembleia serão divulgados ao mercado nesta terça-feira (19/7).

Em 13 de julho, o comitê de elegibilidade (Celeg) da Petrobras concluiu, por unanimidade, que dois indicados pela União para compor o conselho de administração da Petrobras são inelegíveis: o secretário executivo da Casa Civil, Jônathas de Castro, e o procurador-geral da Fazenda Nacional, Ricardo Alencar. Com isso, o Celeg não recomenda que eles concorram aos cargos no colegiado.

Os indicados não preenchem os requisitos necessários previstos na Lei 13.303/2016, no Decreto 8.945/2016 e na Política de Indicação da Petrobras, informou o Celeg, segundo a ata da reunião realizada na quarta-feira.

O comitê ressaltou que “compete aos acionistas da companhia, reunidos em assembleia, o juízo de conveniência e oportunidade de eleger ou não cada um dos indicados, bem como avaliar todas as habilidades necessárias ao exercício do cargo.”

O Celeg retomou ontem a reunião na quarta-feira (13/7), iniciada em 7 de julho, para finalizar as análises dos candidatos para o conselho de administração da Petrobras indicados pelo acionista controlador e aprovou as indicações de Gileno Gurjão Barreto (também indicado como Presidente do Conselho de Administração); Edison Antônio Costa Britto Garcia; Iêda Aparecida de Moura Cagni Márcio Andrade Weber; e Ruy Flaks Schneider.

Também foram aprovadas as indicações dos candidatos dos acionistas minoritários, José João Abdalla Filho e Marcelo Gasparino da Silva.

PROTESTO

A Federação Única dos Petroleiros (FUP) e seus sindicatos realizaram na manhã desta segunda-feira, 18, um grande ato unificado contra a privatização da Refinaria Gabriel Passos (Regap), em Betim (MG). Na avaliação da entidade, a refinaria está sendo vendida pela Petrobras sem qualquer transparência.

Segundo a FUP, o ato nacional ocorreu no gramado da Regap, foi organizado de forma unificada com a Federação Nacional dos Petroleiros (FNP), e contou com a participação dos coordenadores das federações, que representam os 18 sindicatos de petroleiros no Brasil.

“Deyvid Bacelar, coordenador geral da FUP, alertou para os impactos da venda das refinarias da estatal, e, particularmente, da Regap, que produz 66% da gasolina, 52% do diesel consumidos em Minas Gerais, e é responsável por 7% do refino nacional”, disse a FUP, em nota.

Além da mobilização em Minas Gerais, houve atos contra a venda da Regap em diversas bases da FUP, como na Refinaria Lubrificantes e Derivados (Lubnor), no Ceará, na Refinaria Abreu e Lima (Rnest), em Pernambuco, na Refinaria de Capuava, em Mauá/SP, na Refinaria Duque de Caxias (Reduc), na Baixada Fluminense (RJ), na Refinaria Alberto Pasqualini (Refap), no Rio Grande do Sul, entre outras.

O coordenador do Sindipetro-MG, Alexandre Finamori, lembrou que não tem debate técnico sobre a privatização da Petrobrás, é uma escolha política, destacando que a privatização da Regap vai deixar os combustíveis ainda mais caros, como aconteceu com a Refinaria Landulpho Alves (Rlam), na Bahia, após venda para a iniciativa privada.

Os trabalhadores do Sistema Petrobrás estão em estado de greve e aprovaram parar suas atividades por tempo indeterminado, a qualquer momento, a partir de indicação da FUP, caso o governo Bolsonaro leve adiante sua intenção de apresentar ao Congresso Nacional proposta de privatização da Petrobras.

A FUP vem alertando que, se o governo e o Congresso Nacional derem andamento a qualquer proposta de privatização da Petrobrás, o país enfrentará a maior greve da história, afirmou o coordenador da FUP, Deyvid Bacelar.

NEGOCIAÇÃO

Em resposta à cobrança da FUP de retomada das negociações do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), a gerência de Recursos Humanos da Petrobrás agendou reunião para esta terça-feira, 19, no Rio de Janeiro. A reunião será presencial e com participação da Transpetro, da PBIO, da TBG e da Termobahia.

Em documento enviado à Petrobras na semana passada, a FUP cobrou uma proposta digna de Acordo Coletivo, que atenda as principais reivindicações da categoria. A primeira contraproposta apresentada pela empresa foi rejeitada por unanimidade pelas assembleias da categoria, informou a FUP, em comunicado.