Bolsonaro confirma auxílio social de R$ 400, mas diz que não vai furar teto do orçamento

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Presidente Jair Bolsonaro durante encontro com lideranças empresariais e cerimônia de entrega da Ordem do Mérito Industrial São Paulo. (Foto: Alan Santos/PR)

Brasília – O presidente Jair Bolsonaro confirmou, nesta quarta-feira, que o benefício do Auxílio Brasil – programa social que substituirá o Bolsa Família – será de R$ 400, mas que o teto dos gastos públicos será respeitado. “Ontem decidimos, como esta chegando ao fim o auxílio emergencial, dar uma majoração para o antigo programa Bolsa Família, agora chamado Auxílio Brasil, de R$ 400”, afirmou.
Bolsonaro disse que os recursos para o programa virão do orçamento da União. “Ninguém vai furar teto, ninguém vai fazer estrepolia com o orçamento, mas seria extremamente injusto deixar aproximadamente 17 milhões de pessoas com valor tão pouco do Bolsa Família”, completou o presidente, acrescentando que, em governos anteriores, não havia o limite de gastos públicos. “Isso não existia no passado, mas, mesmo assim, conseguimos fazer mais com menos”, completou.
Segundo Bolsonaro, a medida foi criticada pela imprensa. “Disse que é um programa assistencialista. Ora, hoje em dia a média do Bolsa Família é de R$ 192 e a média do auxílio emergencial é R$ 250”, afirmou Bolsonaro, criticando as medidas de isolamento
Bolsonaro participou do lançamento do edital de construção do Ramal de Salgado, em Russas (CE), parte do projeto de transposição do rio São Francisco. Com um investimento de R$ 600 milhões, a obra vai abastecer 54 municípios da região. Faz parte do programa federal Jornada das Águas, que visa ampliar a oferta de recursos hídricos para a população.
Ao final do discurso do ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, um grupo de pessoas gritou “fora, Bolsonaro”. Em seguida, ao assinar o edital, o presidente foi saudado com gritos de “mito”.
CPI DA PANDEMIA
Bolsonaro reiterou críticas ao trabalho da CPI da Pandemia, do Senado Federal, que começou a apreciar o relatório final das investigações. “Como seria bom que aquela CPI tivesse fazendo algo de produtivo para o Brasil. Tomaram tempo do nosso ministro da Saúde, de servidores de pessoas humildes e de empresários, mas nada produziram, a não ser o ódio e o rancor entre alguns de nós que não temos culpa de absolutamente nada”, afirmou.
“Sabemos que fizemos a coisa certa desde o primeiro momento”, completou Bolsonaro, defendendo o uso de medicamentos sem eficácia comprovada contra a Covid-19. “No momento em que ninguém sabia como tratar aquela doença, eu tive a coragem de me apresentar, depois de ouvir muita gente, em especial médicos, para uma possível solução calcada na autonomia médica”, afirmou o presidente Bolsonaro, perguntando ao presentes quem havia contraído Covid-19 e quem havia tomado cloroquina e ivermectina.
O presidente voltou a criticar o ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, a exigência de vacinação e as medidas de isolamento social para enfrentamento da pandemia. Para Bolsonaro, a política de isolamento social, que mandou as pessoas ficarem em casa, é “nefasta, injusta e criminosa”.
Bolsonaro falou, mais uma vez, sobre as dificuldades do exercício da presidência da República, mas destacou o trabalho de sua equipe de ministros e a atuação do Congresso Nacional. “Uma das coisas que me confortam é saber que naquela minha cadeira presidencial não está sentado um comunista. Naquela minha sala não entra nenhuma bandeira vermelha. Aquela minha sala é de vocês”, afirmou