Bolsa fecha no campo positivo puxada pelas commodities e descola do exterior; dólar cai

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São Paulo- A Bolsa fechou em alta em um pregão descolado do exterior impulsionado pelas commodities, com Vale e Petrobras- com forte peso no índice-, mineradoras e siderúrgicas. As ações ligadas ao setor de setor de energia também tiveram boa performance, após a aprovação do processo de privatização da Eletrobras (ELET 3 e ELET6). Os bancos tiveram um desempenho mais fraco.

O principal índice da B3 subiu 0,71%, aos 107.005,22 pontos. O Ibovespa futuro com vencimento em junho avançou 0,68%, aos 107.685 pontos. O giro financeiro foi de R$ 24,5 bilhões. Em Nova York, as bolsas fecharam em queda.

Rodrigo Moliterno, head de renda variável da Veedha Investimentos, disse que a Bolsa está descolada de Nova York e “principalmente puxada pelas empresas de commodities com a melhora do minério de ferro; lembrando que ontem elas sofreram bastante; e o petróleo em alta também ajuda a Petrobras”.

Moliterno ressaltou que atrelado a isso, o anúncio por parte da CSN (CSNA3) e CSNMineração (CMIN3) de recompra de 5% a 6% da empresa fez as ações subirem bastante, os bancos fracos e o setor de energia mostrando bom desempenho, após a aprovação do processo de privatização da Eletrobras.

Os papéis da Eletrobras (ELET3 e ELETR6) fecharam em alta de 3,02% e 2,53%. A Vale (VALE3) subiu 2,66%. CSN (CSNA3) e CSN Mineração (CMIN3) avançaram 7,20% e 9,06%.

Mais cedo, Fabrizio Velloni, economista-chefe da Frente Corretora, disse que o fator mais positivo para Bolsa na sessão de hoje é a desestatização da Eletrobras, descolando do exterior. “A privatização é interessante porque além do recurso que entra em caixa, o mais importante é o que deixa de carregar um passivo e de depender das empresas deficitárias para injeção do dinheiro do governo”.

Velloni afirmou que a tendência do Ibovespa é para cima e deve chegar aos 108 mil pontos, mas “as projeções estão bem difusas para entender o movimento a médio e longo prazo”.

O economista-chefe da Frente Corretora disse que os investidores seguem monitorando a China diante da pandemia. “A China virou um gargalo nas duas pontas tanto para Brasil como EUA. A pandemia tem ligação direta com o reabastecimento das cadeias, pressionando mais a inflação nos EUA e, por consequência e pode elevar mais os juros. No Brasil, as commodities são o ponto positivo, mas ao mesmo tempo gera uma expectativa de venda menor para o país asiático com a covid-19”.

O dólar comercial fechou cotado a R$ 4,9170, com queda de 1,34%. A moeda norte-americana sofreu uma desvalorização global, puxada pela iminente começo de ciclo de contração monetária nos países europeus, além da alta das commodities, fortalecendo o real.

Segundo a economista-chefe da Veedha Investimentos, Camila Abdelmalack, “vemos no mercado internacional um movimento de desvalorização do dólar, com o discurso de aperto monetário na Europa, o que valorização libra e euro após dias de perda”.

Abdelmalack lê que o mercado ficou animado com a possibilidade do governo chinês dar incentivos econômicos, independente de Xangai: “Eles não vão deixar a economia ao léu”, opina.

Para o analista da Ouro Preto Investimentos, Bruno Komura, “este movimento não era esperado. A China ainda preocupa, mas o mercado está animado com o governo testando um novo plano para lidar com a Covid. As commodities metálicas e agrícolas estão sendo favorecidas”.

Komura entende que este movimento favorece o real, já que gera um intenso fluxo estrangeiro, com a perspectiva de aumentos das exportações, porém não reflete o humor global dos mercados nesta quinta.

As taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DI) operam em queda nesta quinta-feira (19), acompanhando sinais de retomada na China, apesar de dados ruins de atividade econômica nos EUA.

O DI para janeiro de 2023 tinha taxa de 13,280% de 13,330% % no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2024 projetava taxa de 12,870%, de 12,990%, o DI para janeiro de 2025 ia a 12,220%, de 12,380% antes, e o DI para janeiro de 2027 com taxa de 11,985% de 12,170%, na mesma comparação.

Os principais índices do mercado de ações dos Estados Unidos fecharam em campo negativo, num dia de alta volatilidade, com os investidores voltando a fugir dos ativos de maior risco com temores de que aumento de juros pelo Federal Reserve (Fed, o banco central americano) para combater a inflação poderiam levar a economia a uma recessão.

Confira abaixo a variação e a pontuação dos índices de ações dos Estados Unidos após o fechamento:

Dow Jones: -0,75%, 31.253,13 pontos
Nasdaq Composto: -0,26%, 11.388,5 pontos
S&P 500: -0,58%, 3.900,79 pontos