Bolsa fecha estável após três dias de alta; dólar sobe

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Por Danielle Fonseca e Flávya Pereira

São Paulo – O Ibovespa encerrou estável, aos 115.121,08 pontos, refletindo as perdas das ações da Petrobras e com investidores aproveitando para embolsar parte dos lucros após três dias de renovação de recordes de fechamento. Por outro lado, as ações da Vale e de
siderúrgicas fecharam em alta. O volume total negociado foi de R$ 25,1 bilhões. Na semana, o índice subiu 2,27%.

“Estamos vendo algumas acomodações após recorde em cima de recorde. Algumas ações têm movimentos pontuais, como a da Petrobras, que reflete a oferta de ações que será feita para o BNDES vender sua fatia na estatal. Já se sabe quem vai estruturá-la e ela deve ser de mais de R$ 20 bilhões, o que acaba mexendo um pouco com o papel”, disse o sócio da RJI Gestão e Investimentos, Rafael Weber.

Os papéis da Petrobras (PETR4 -1,14%) pesaram para a queda do índice hoje. Por outro lado, as ações da Vale (VALE3 1,11%), que também têm grande peso no índice, subiram após a mineradora anunciar o pagamento de juros sobre o capital próprio (JCP) no montante total bruto de R$ 7,254 bilhão, correspondendo a R$ 1,414364369 por ação.

Já as maiores quedas do Ibovespa foram da MRV (MRVE3 -3,59%), da Cogna (COGN3 -2,85%) e da Yduqs (YDUQ3 -3,18%). Na contramão, as maiores altas foram da Gerdau (GGBR4 4,82%), da Gerdau Metalúrgica (GOUA4 2,64%) e da TIM (TIMP3 3,95%). Os papéis da Gerdau refletem dados melhores de vendas de aço longo e a recomendação de compra do BTG Pactual, enquanto os da Tim refletem o avanço de negociações iniciadas com a Telefônica Brasil para compartilhar a infraestrutura de rede móvel.

No exterior, as bolsas norte-americanas fecharam em alta e nas máximas históricas após o PIB dos Estados Unidos vir dentro do esperado. O presidente norte-americano, Donald Trump, também disse que conversou hoje com o presidente da China, Xi Jinping, e que a China já começou a fazer grandes compras de produtos agrícolas.

Na segunda-feira, analistas preveem um pregão morno nos mercados locais, já que a agenda de indicadores estará esvaziada e o volume de negócios tende a reduzir na véspera do Natal, quando a B3 estará fechada.

Já o dólar comercial fechou em alta de 0,76% no mercado à vista, cotado a R$ 4,0940 para venda, no maior valor da semana em meio ao baixo volume de negócios que prevaleceu nos últimos pregões do ano e ainda, com o movimento de saída de remessas de empresas para o exterior. Na semana, a moeda se desvalorizou em 0,36%, na terceira semana seguida de queda em meio ao baixo volume de negócios.

“A moeda operou majoritariamente em alta, em mais uma sessão de liquidez reduzida com a proximidade dos feriados de fim de ano. Aqui, um movimento de saída de recursos de remessas residuais corporativas impulsionou a alta da moeda”, comenta o diretor superintendente de câmbio da Correparti, Jefferson Rugik.

Faltando apenas quatro pregões para encerrar 2019, ano marcado por máximas históricas da moeda estrangeira e por se manter por um longo período acima de R$ 4,00 – desde agosto – os negócios tendem a ser mais reduzidos e a moeda operar volátil.

“Nesta época do ano, o mercado perde força em nível global, já que boa parte dos investidores encerrarão suas atividades ou vão emendar feriados por conta das festividades de fim de ano. Com baixa liquidez nos três pregões da semana, aguardamos apenas ajustes finais para posições de carteiras de grandes investidores”, comenta o analista da Mirae Asset, Pedro Galdi.

A agenda de indicadores também perde força, tendo como destaque apenas a taxa de desocupação a ser divulgada na sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

“A moeda vai ficar no modo caranguejo oscilando entre R$ 4,05 e R$ 4,10. A não ser que no fim de semana ou nos feriados locais tenha alguma notícia relevante vinda do exterior”, reforça o diretor de uma corretora nacional.