Bolsa fecha em alta pelo 7º dia consecutivo amparada por Petrobras, dólar tem forte queda

498

São Paulo – A Bolsa encerra em alta, pelo sétimo dia consecutivo, acima dos 115 mil pontos pela primeira vez no ano, com o bom desempenho das ações da Petrobras e Vale, forte peso no índice, ao longo do dia.
Mas perto do fechamento os papéis da petrolífera sentiram a queda do petróleo e acabaram desaceleram o ganho om informa. A Petrobras PN (PETR4) chegou a ser cotada na máxima do dia em R$ 33,70 e encerrou em alta de 1,38%, a R$ 32,93.; Petrobras ON (PETR3) fechou com ganho de 2,19%, a R$ 36,27. Vale (VALE3) subiu 0,73%.
Os investidores reagiram de forma positiva à ata da última reunião, em janeiro, do Federal Reserve (banco central norte-americano) em que os dirigentes mantiveram a preocupação com a inflação e disseram que a alta nos juros pode ser mais “rápida” que da última vez, em 2015, se os preços não recuarem conforme o esperado.
O principal índice da B3 subiu 0,30%, aos 115.180,95 pontos. O Ibovespa futuro com vencimento em fevereiro aumentou 0,14%, aos 115.360 pontos. O giro financeiro foi de R$ 60 bilhões. Em Nova York, as bolsas fecharam mistos.
Viviane Vieira, operadora de renda variável da B.Side Investimentos, comentou que a ata do Fed agradou o mercado, o Ibovespa subiu e os índices norte-americanos arrefeceram as perdas. “Os integrantes do Fed vão continuar de olho na inflação, tem uma perspectiva de 2,6% para 2022 e 2,00% para 2023”.
E acrescentou que vai ocorrer a alta na taxa de juros e “nas próximas reuniões, os dirigentes do Fed vão voltar a discutir os planos de balanço para ver como será esse ritmo de aumento de juros, mas acreditam que um corte no balanço é apropriado para este momento”. Os dirigentes disseram que a alta na taxa de juros será “mais rápida” que a última em 2015, e o mercado “encarou de uma forma mais positiva”.
Em relação à Bolsa, a operadora de renda variável da B.Side Investimentos destacou que o Ibovespa continua com uma performance boa “com um fluxo estrangeiro forte e os balanços corporativos surpreendendo o mercado”.
Rodrigo Moliterno, especialista de renda variável da Veedha Investimentos, disse que o Ibovespa segue descolado do exterior capitaneado pelas commodities, que na véspera sofreram bastante. “Hoje é esse setor que puxa a Bolsa, com o petróleo melhorando e refletindo na boa performance da Petrobras”.
O balanço da Petrorio pode ajudar, mas “a Petrobras já divulgou o guidance de produção que o mercado gostou e deve vir um bom balanço”. A empresa petrolífera registrou lucro líquido no 4T21 de R$ 894, 2 milhões, alta de 32% ante o mesmo período do ano anterior. O mesmo acontece com as mineradoras e siderúrgicas após os dados positivos em relação à inflação na China, que “trouxe um certo otimismo e mostra que o governo deve continuar incentivando a economia, que se traduz em commodities e infraestrutura, e impacta por aqui”.
O dólar comercial fechou em queda de 0,98%, cotado a R$ 5,1300. A queda foi acentuada após a divulgação da ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Fomc) do Federal Reserve (Fed), o banco central dos Estados Unidos. O documento demonstrou preocupação com a inflação e sinalizou aperto monetário mais acelerado – como o aumento dos juros – caso os preços não retrocedam.
O mercado ainda avalia a ata. De acordo com o economista-chefe do Banco Alfa, Luis Otavio Leal, “o mercado está em banho maria com a situação na Ucrânia e à espera da ata do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano). Como ela foi feita antes da divulgação dos dados de inflação nos Estados Unidos, a expectativa é ver se já existia uma tendência ao aumento de 0,5% nos juros já em março”.
Para o sócio da Levante Investimentos, Enrico Cozzolino, “assim como em janeiro, o fluxo estrangeiro em fevereiro continua forte, com as commodities subindo”. O executivo, porém, destaca o delicado tripé que impacta diretamente o câmbio: juros nos Estados Unidos, fluxo estrangeiro e eleições.
Corriqueiros, os problemas fiscais continuam no radar: “O principal risco local é a PEC, que poderia desvalorizar o real. Qualquer medida que for aprovada é ruim, mesmo a que cause menor impacto fiscal. O mercado vê isso como não cumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal, além de um perigoso controle dos preços”, avalia.
Segundo fonte ouvida pela Agência CMA antes da divulgação do documento, “hoje o dólar está se depreciando ante outras moedas, mas é preciso ficar atento à ata do Fed, observar o tom que ela terá. A situação na Ucrânia ainda precisa ser monitorada”.
As taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DI) fecharam de lado, com alguma incerteza sobre a crise diplomática entre Rússia e Ucrânia, e ata do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano).
O DI para janeiro de 2023 tinha taxa de 12,375% de 12,385% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2024 projetava taxa de 11,950%, de 11,915%, o DI para janeiro de 2025 ia a 11,345%, de 11,345% antes, e o DI para janeiro de 2027 com taxa de 11,190% de 11,220%, na mesma comparação.
Os principais índices do mercado de ações dos Estados Unidos fecharam o pregão em campo misto após a divulgação da ata do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) mostrar maior clareza de que a instituição monetária está pronta para elevar a taxa de juros e começar a rolar seu balanço de USS 9 trilhões.
Confira a variação e a pontuação dos índices de ações dos Estados Unidos no fechamento:
Dow Jones: -0,16%, 34.934,27 pontos
Nasdaq 100: -0,11%, 14.124,1 pontos
S&P 500: +0,08%, 4.475,01 pontos