Bolsa fecha em alta de 1,46% puxada por Petrobras e avança 3,26% em julho; dólar encerra a R$ 4,728

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São Paulo- A Bolsa fechou o último pregão de julho em alta de 1,46%, chegou a tocar a faixa dos 122 mil, mas terminou em 121.942,98 pontos, impulsionada pelas commodities, principalmente Petrobras (PETR3 e PETR4) em meio à nova política de dividendos da empresa, Vale se recuperou das perdas recentes e as empresas ligadas ao consumo se valorizaram com a expectativa para a queda da taxa de juros (Selic). O Ibovespa registrou alta pelo quarto mês seguido de 3,26%.

As ações da Petrobras (PETR3 e PETR4) subiram 5,26% e 4,53%. Vale (VALE3) avançou 2,26%. Magazine Luiza (MGLU3) e Guararapes (GUAR3) aumentaram 5,67% e 2,23%, respectivamente.

O principal índice da B3 subiu 1,46%, aos 121.942,98 pontos. O Ibovespa futuro com vencimento em agosto avançou 1,54% aos 122.595 pontos. Na máxima do dia, o índice atingiu 122.148,81 pontos. O giro financeiro foi de R$ 21,8 bilhões. Em Nova York, as bolsas fecharam mistas.

Rodrigo Cohen, analista de investimentos e co-fundador da Escola de Investimentos, disse que o mercado está animado “com a Petrobras, após a definição da política de dividendos e alta do petróleo no exterior; além da Vale e siderúrgicas avançando com o minério de ferro em uma semana bem movimentada com a decisão do Copom e acredito que a autoridade monetária vai seguir a cartilha e optar por uma queda de 0,25 pp mesmo com o IPCA-15 ter vindo melhor que o esperado”.

Cohen disse que a valorização da Bolsa está um pouco exagerada e “com a perspectiva de queda de juros e mais um Boletim Focus positivo-expectativa para IPCA para 2023 caiu de 4,90% para 4,84% este ano e de 3,90% para 3,89% em 2024-, temos alta para os papéis do varejo hoje.”

Gabriel Mota, operador de renda variável da Manchester Investimentos, disse que a Petrobras e a Vale puxam o índice e a expectativa para o Copom.

“Apesar da maioria dos bancos ter dado neutro sobre a questão da política de dividendos, não desagradou o mercado; existia um medo de não distribuir mais dividendos, o mercado tirou o prêmio de risco que tinha, adicionou mais valor e puxa o Ibovespa; outro ponto que ajudou a estatal foi a elevação da nota de crédito pela Fitch; Vale está se recuperando da queda de sexta (28) e o balanço foi sólido apesar das incertezas de China e do minério de ferro, a mineradora tem um prêmio muito interessante para acreditar no ativo, o consenso do mercado é no valor entre R$ 95 e R$ 96 e a ação está em torno de R$ 70; e quanto ao Copom é a sinalização que vamos ter de uma redução de juros, com o BC enxergando que a Selic está alta, tem espaço para cair e vai ter indicações melhores a partir de agora”.

Mota afirmou que o mês está fechando em um patamar importante. “Estamos caminhando para fechar em alta, foi difícil passar os 120 mil pontos e encerrar o mês em acima dos 121 mil pontos, é muito interessante para chegar nas estimativas de 130 mil pontos, desde a aprovação do arcabouço [na Câmara] e discussão de reforma tributária, o cenário de fluxo para esse patamar também é relevante”.

Ubirajara Silva, gestor de renda variável, disse que a Bolsa sobe com “o mercado está animado com o possível corte de juros na quarta-feira (02) em que os economistas projetam 0,25 pp, mas o mercado já precifica 0,50pp; empresas ligadas ao mercado interno estão subindo bem e ajudam o índice; além de Vale e Petrobras que também puxam o Ibovespa”.

O dólar comercial fechou em queda de 0,05%, cotado a R$ 4,7284. A moeda refletiu, ao longo da manhã, a tensão com o fechamento da Ptax. O mercado, contudo, segue à espera da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) sobre o novo valor da Selic (taxa básica de juros), na próxima quarta. No mês, a moeda teve desvalorização de 1,24%.

Para o sócio da Pronto! Invest Vanei Nagem, o dólar tende a recuar após o fechamento da Ptax e o real ganhar fôlego até a próxima quarta, dia do anúncio do valor atualizado da Selic.

Nagem entende que existem condições para um corte de 0,50 ponto percentual (p.p.) na Selic, e a maioria do mercado já precifica isso. Para ele, a redução de 0,25 p.p. seria uma demonstração de “birra” do Banco Central (BC) com o Governo.

As taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DI) seguem em queda. O mercado ainda digere a surpresa do Banco Central do Chile que decidira reduzir a taxa de juros em 1 ponto percentual, para 10,25%, na sexta-feira. Muitos agentes do mercado consideram que esse corte mais dramático no Chile abre espaço para o mesmo acontecer aqui no Brasil.

O DI para janeiro de 2024 tinha taxa de 12,580 % de 12,610% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2025 projetava taxa de 10,605 % de 10,645%, o DI para janeiro de 2026 ia a 10,070 %, de 10,140 %, e o DI para janeiro de 2027 com taxa de 10,145% de 10,230 % na mesma comparação.

Os principais índices do mercado de ações dos Estados Unidos fecharam o pregão desta segunda-feira em alta, impulsionados por uma combinação de resultados corporativos positivos e indicadores econômicos promissores. Wall Street também encerrou o mês com ganhos, sinalizando um período de otimismo após meses de incerteza.

Confira abaixo a variação e a pontuação dos índices de ações dos Estados Unidos após o fechamento:

Dow Jones: +0,28%, 35.559,53 pontos
Nasdaq 100: +0,20%, 14.346,0 pontos
S&P 500: +0,14%, 6.135,31 pontos

 

Com Paulo Holland, Camila Brunelli e Larissa Bernardes / Agência CMA