Bolsa fecha em alta com ajuda das commodities e dia de confirmação de Haddad na Fazenda ; na semana cai quase 4% ; Dólar sobe

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São Paulo – A Bolsa fechou em alta com o apoio das commodities metálicas e a indicação do nome do ex-prefeito de São Paulo e ex-ministro da Educação do governo petista, Fernando Haddad, para assumir a pasta da Fazenda, já era esperada pelo mercado não tendo impactos negativos.

A partir de agora, os agentes financeiros ficam no aguardo do ministro do Planejamento e outros cargos que compõem a área econômica. A expectativa é de que o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva nomeie técnicos. O dia foi de baixa liquidez por conta do jogo da seleção brasileira na Copa do Mundo. Na semana, a Bolsa encerrou em queda de 3,93%.

As ações da Vale (VALE3) subiram 3,33% refletindo as flexibilizações na China. Os papéis da mineradora também foram favorecidos pela elevação da recomendação feita pelo Morgan Stanley aos ADRs da mineradora. O preço-alvo foi elevado de US$ 14 para US$ 20. Usiminas (USIM5) e CSN (CSNA3) avançaram respectivamente 3,30% e 5,18%.

O principal índice da B3 subiu 0,25%, aos 107.519,56 pontos. O Ibovespa futuro com vencimento em dezembro avançou 0,28%, aos 107.510 pontos. O giro financeiro foi de R$ 19,8 bilhões. Em Nova York, as bolsas fecharam em queda.

Alexsandro Nishimura, economista e sócio da BRA BS, comentou que o Ibovespa foi “sustentado pela alta das commodities”, principalmente na segunda metade dos negócios. Nishimura disse que a confirmação do nome de

Fernando Haddad, por ser amplamente esperada, “acabou por ser digerida pelo mercado e o Ibovespa subiu apesar da liquidez baixa”. Gabriel Meira, especialista da Valor Investimentos, disse que a definição do ministro da Fazenda “tira um peso das costas, o mercado entende melhor o que vamos encarar e como vamos encarar, mas ainda falta toda uma equipe a ser composta, além disso a divulgação de alguns ministérios ajudou também nessa alta da Bolsa”.

Meira comentou sobre uma pesquisa em que indica que a Bolsa deve manter a alta ou manutenção entre 108 e 110 mil pontos para a semana que vem. Caio Canez de Castro, sócio da GT Capital, comentou que mesmo com o anúncio de Fernando Haddad para a pasta da Fazenda a Bolsa. “Ele já era um nome dado; a indicação mostra que teremos um Lula muito ativo na área de economia e Haddad muito próximo a suas decisões e um governo com bastante gasto social”.

O sócio da GT Capital reforçou que o risco fiscal deverá ser o foco de atenção do mercado, “o que colabora para o cenário de volatilidade da Bolsa”.

Acilio Marinello, coordenador do MBA em Digital Banking da Trevisan Escola de Negócios, disse que já era praticamente consenso o nome do Haddad na Fazenda e estava precificado.

“O mercado reagiu relativamente bem, agora as atenções se voltam para as outras pastas como o ministério do Planejamento com um perfil mais técnico, um economista e alguns nomes que já foram ventilados como do Pérsio Arida, que tem um bom histórico de realizações, construção do Plano Real e visão mais ortodoxa das contas públicas. O nome de André Lara Resende também está sendo discutido como um potencial Pérsio, será bem aceito pelo mercado”.

Marinello acrescentou que o “Planejamento [ministério] é responsável por planejar e ajudar na execução do orçamento, o trabalho em conjunto com o ministério da Fazenda traz uma tranquilidade maior e previsibilidade para o mercado financeiro e agora é aguardar nos próximos dias”.

Os principais índices do mercado de ações dos Estados Unidos fecharam em campo negativo nesta sexta-feira, com os investidores analisando o efeito do índice de preços ao produtor mais alto do que o esperado. O PPI de novembro subiu 0,3% em relação a outubro, sendo que o mercado previa alta de 0,2%.

Confira abaixo a variação e a pontuação dos índices de ações dos Estados Unidos após o fechamento:

Dow Jones: -0,90%, 33.476,46 pontos
Nasdaq Composto: -0,70%, 11.005 pontos
S&P 500: -0,73%, 3.934,38 pontos

Pedro do Val de Carvalho Gil/ Luiza Damé/ Paulo Holland/ Vanessa Zampronho