Bolsa fecha em alta amparada por Petrobras; dólar recua em movimento de correção

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Indicadores da Bolsa de Valores

São Paulo -A Bolsa fechou em tímida alta amparada por Petrobras (PETR3 e PETR4) com o indicativo do pagamento de 50% dos dividendos extraordinários aos acionistas e com um apetite ao risco no exterior. O mercado fica na expectativa dos dados de inflação aqui e nos Estados para buscar os próximos dos bancos centrais.

A Vale (VALE3) caiu 0,04% e Petrobras (PETR3 e PETR4) subiu 2,43% e 2,39%. A Petz (PETZ3) liderou os ganhos do índice em 11,25%, ainda refletindo a notícia da fusão com a Cobasi anunciada na semana passada.

O principal índice da B3 subiu 0,35%, aos 125.573,16 pontos. O Ibovespa futuro com vencimento em junho registrou ganho de 0,17%, aos 127.040 pontos. O giro financeiro foi de R$ 21,3 bilhões. Em Nova York, as bolsas fecharam no positivo.

Fabio Louzada, economista e fundador da Eu me banco, disse que a Bolsa sobe “acompanhando recuperação das bolsas nos EUA e com a Petrobras, mesmo com a queda do petróleo. O pagamento de 50% dos dividendos extraordinários [pela estatal] gera um alívio entre os investidores do papel”.

Louzada comentou que os dados importantes que serão divulgados nos Estados Unidos na quinta (25) e sexta-feira (26) podem dar sinais sobre a política monetária por lá e indicador quando o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) deve começar a cortar os juros.

O economista e fundador do Eu me banco destacou que o mercado fica de olho na Magazine Luiza. “A empresa passa por assembleia nessa semana para discutir sobre o grupamento de ações da companhia. O objetivo é diminuir a volatilidade”.

Matheus Spiess, analista da Empiricus Research, disse que o Ibovespa opera de lado com a falta de um catalisador no curto prazo.

“A Bolsa está descolada da realidade mais otimista global. O Brasil não tem muita força porque não tem gatilho positivo no curto prazo. A Petrobras ajuda a segurar o índice. Vemos mais pontos negativos que positivos, o fiscal está bem ruim. A maneira como as revisões foram conduzidas nos últimos dia foi muito ruim, como da meta fiscal [mudança de 0,5% do PIB para zero para 2025] e trajetória de dívidas-, além da comunicação [do governo] que não está boa. O mau humor é mais continuidade que temos observado, e a bolsa brasileira está com muita dificuldade entre os pares emergentes. O cenário só mudaria se tivesse uma virada de sentimento”.

Spiess ressaltou que essa semana é superimportante em vários sentidos, com início de temporada de resultados aqui, novidades na agenda fiscal e IPCA-15. E no exterior tem dado do PIB, inflação e os balanços ganhando força.

Ubirajara Silva gestor de renda variável independente, também disse que a semana será importante de indicadores aqui e nos Estados Unidos.

“A inflação PCE é acompanhada pelo Fed, PIB nos EUA e IPCA aqui; tem uma série de pautas-bombas no Congresso e que deve ser uma semana de bastante articulação política para tentar segurar o fiscal, que tem mostrado fraqueza. A distribuição de 50% dos dividendos da Petrobras proposta na sexta-feira é um fato importante e positivo, mas ficou clara a interferência política na empresa. A queda da Vale é influenciada pela notícia da Cosan e a intenção do governo de mexer no setor de mineração para investidor mais no Brasil”.

A moeda norte-americana fechou em queda de 0,57%, mas manteve o patamar dos R$ 5, cotado a R$ 5,1692 em mais um pregão de correção, após altas recentes.

Stefany Oliveira, analista da Toro Investimentos, disse que o dólar operou em uma região importante e “tem o segundo pregão em correção; o movimento de queda do dólar futuro não tem embasamento importante por trás do preço. O cenário de correção é de após altas importantes”. Por volta das 17h25 (horário de Brasília), o dólar futuro operava em queda de 0,710, aos R$ 5.174,000.

De acordo com o analista Bruno Komura, da Potenza Capital, o dólar está acompanhando lá fora.

“A gente teve a semana passada inteira de estresse e estava começando a corrigir, mas me parece que o mercado ainda está bastante cauteloso aos próximos passos do Fed”.

As taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros fecham mistas e preocupação com possível desequilíbrio fiscal pressiona as taxas pra longas pra cima.

Por volta das 15h40 (horário de Brasília), o DI para janeiro de 2025 tinha taxa de 10,351%, de 10,360% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2026 projetava taxa de 10,500% de 10,555%, o DI para janeiro de 2027 ia a 10,800%, de 10,775%, e o DI para janeiro de 2028 com taxa de 11,059% de 11,070% na mesma comparação.

Os principais índices de ações dos Estados Unidos fecharam a sessão em campo positivo, com o S&P voltando a subir após seis sessões, enquanto os investidores se preparam para os resultados das gigantes de tecnologia no último trimestre.

Confira abaixo a variação e a pontuação dos índices de ações dos Estados Unidos após o fechamento:

Dow Jones: +0,67%, 38,239.98 pontos
Nasdaq 100: +1,11%, 15,451.31 pontos
S&P 500: +0,87%, 5,010.60 pontos

Com Camila Brunelli e Darlan de Azevedo / Agência Safras News