Crédito é alavanca imprescindível para o crescimento, diz Haddad

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Fernando Haddad concede entrevista coletiva à imprensa no CCBB, em Brasília. Divulgação Gabinete de Transição.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva participaram da solenidade de lançamento do programa Acredita, de renegociação de dívidas para MEIs, e micro e pequenas empresas. Eles reforçaram a importância do projeto para alavancar o desenvolvimento da economia brasileira.

“Vamos voltar a crescer, como fizemos no início deste século. O crédito é uma alavanca imprescindível para o crescimento econômico”, afirmou.

Um dos setores que mais empregam e que serão beneficiados pela MP é a construção civil, lembrado por Haddad. “Não tem países que cresceram que não desenvolveram a construção civil”.

Para ele, o país precisa tomar providências para possibilitar o crescimento do país, e que passa pelo setor imobiliário. “O Brasil possui 9% das operações de crédito no setor imobiliário. Podemos alavancar muito o crédito imobiliário”.

Haddad também lembrou que os governos Lula anteriores se preocuparam em armazenar reservas internacionais para se blindar de crises externas. “Lula tomou as melhores medidas e blindou o país de crises de outros países”.

O presidente Luís Inácio Lula da Silva falou em seguida, e disse na MP do Acredita, foi ampliado o escopo de pessoas a serem atendidas no programa Pé de Meia, de incentivo financeiro a estudantes.

Lula reforçou que o governo está criando condições para que micro e pequenos empreendedores possam ter acesso a crédito. “Estamos criando condições para que pessoas tenham acesso a crédito. Queremos que o país seja plenamente desenvolvido, e não que seja eternamente dependente de um Bolsa Família”.

Ao falar sobre os percentuais de crescimento da economia, Lula disse esperar ter 30% do crescimento feito pela construção civil. Para aprovar a MP no Congresso, com estes e ouros dispositivos, ele citou a dificuldade em ter minoria em ambas as casas.

“Governo tem minoria no Legislativo, precisamos conversar mais com deputados e senadores. A política é arte que permite a convivência com pessoas, porque sempre vai haver divergências. Nem todo mundo no Congresso é obrigado a votar a favor”.

Ele evitou falar de juros do Banco Central, ‘porque o foco de hoje é o programa Acredita’, e reforçou que ‘não vou lamentar o que não podemos controlar, e sim vamos falar do que podemos fazer’.

Haddad havia comentado mais cedo sobre o acúmulo de reservas internacionais, que permitiu ao Brasil não ser tão impactado com a crise financeira de 2009. “Me inspirei na India para acumular grandes reservas internacionais”.

Lula encerrou sua participação falando que o Acredita é o início de um futuro promissor, e que o “PIB, vagas de emprego e renda vão crescer mais do que o previsto”.

Em entrevista coletiva depois da solenidade, Haddad falou que o Pronampe será aperfeiçoado, para que as dívidas possam ser renegociadas. “Estamos permitindo a renegociação; da forma como era, o Pronampe impedia a renegociação de dívidas por parte de micro e pequenas empresas. Os bancos deixavam de fornecer crédito para quem estava inadimplente”, afirmou.

O ministro afirmou que o governo procura aumentar a disponibilidade de crédito para o desenvolvimento, já que um terço do crédito brasileiro vai para a construção civil. A ideia é fazer com que o processo de aprovação da lei e da liberação do crédito seja mais ágil, ‘com juros mais baixos, para atingir mais pessoas’.

A Emgea (Empresa Gestora de Ativos) terá seu papel ampliado, e vai atuar como securitizadora no mercado imobiliário. Isso possibilitará aos bancos aumentar as concessões de crédito imobiliário a taxas acessíveis para a classe média, suprindo a queda da captação da poupança. “A Emgea vai ajudar a alavancar o mercado”.