BofA corta preço-alvo da JBS por expectativa de queda nas margens nos EUA

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São Paulo – O Bank of America (BofA) cortou o preço-alvo da ação da JBS para R$ 55, de R$ 67, para incorporar um aumento de 9,8% para 10,6% no custo médio ponderado de capital (WACC), o que indica uma elevação do beta e da taxa de retorno sobre o patrimônio (um aumento nessa taxa indica uma diminuição na avaliação e um aumento no risco).

Segundo os analistas do BofA, a mudança na avaliação reflete uma taxa livre de risco mais alta em 3,25%, acima de 1,3%, após avaliação da volatilidade esperada durante o ciclo de baixa da carne bovina dos Estados Unidos, mas a avaliação ainda é positiva.Em qualquer cenário, o fluxo de caixa permanece forte e o balanço é saudável.

A análise recomenda que os investidores foquem no desempenho da margem da JBS e vê margens mais altas no Brasil compensando parcialmente um ciclo de baixa nos EUA, apoiando os lucros. Mas, numa avaliação baixista, assume baixas históricas para a margem de carne bovina dos EUA a partir de 2023 em diante (250 pontos-base abaixo da média); margens para outras divisões 100 pb abaixo da média de oito anos; e queda de 20% nos preços de carne bovina e de frango nos EUA em relação aos níveis atuais. “Isso parece improvável, pois as proteínas em diferentes regiões tendem a ser anticíclicas, principalmente a carne bovina. Nesse cenário, estimamos margem ebitda consolidada em 2023 e no médio prazo de 6,5%, dívida líquida/ebitda em 3,2 vezes, valor de firma sobre o ebitda 2024 em 6,0 vezes, com rendimento para o acionista de 8%”, comentam os analistas.

Com isso, eles concluem que o risco ainda está muito inclinado para o lado positivo e reiteram a classificação de compra da ação e principal escolha em Alimentos, recomendando aos investidores focar nas margens da companhia. “Nossa visão positiva também é sustentada pela resiliência de resultados da JBS em função da diversificação dos negócios; balanço sólido, que permite oportunidades orgânicas e inorgânicas e retorno consistente de caixa aos acionistas e valorização atrativa, que reflete um múltiplo de ciclo de pico em e/ou abaixo de 4 vezes o valor de firma sobre o ebitda para os próximos três anos, e rendimento de fluxo de caixa livre para o acionista de 21%-20% em 2023”, explicaram.