BNDES tem lucro líquido de R$ 5 bilhões no 1 semestre de 2020

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Brasília – O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) registrou lucro líquido de R$ 5 bilhões no primeiro semestre de 2020. As vendas de participações societárias no semestre contribuíram positivamente em R$ 8,0 bilhões para o resultado. O destaque das vendas foi a oferta pública de ações da Petrobras, realizada em fevereiro.

A equivalência patrimonial no semestre foi de R$ 1,29 bilhão, influenciada principalmente pelo prejuízo registrado pela JBS. O BNDES, no entanto, destacou que, apesar do resultado negativo da JBS, a empresa contribuiu positivamente para o patrimônio do BNDES pelo registro de ganhos cambiais com controladas no exterior diretamente em seu patrimônio líquido.

Em relação às despesas administrativas e com pessoal, houve queda de 8,3%, de R$ 1.214 milhões no primeiro semestre de 2019 para R$ 1.113 milhões no primeiro semestre de 2020.

Ativo

O ativo do Sistema BNDES teve aumento de 2,7%, ou R$19,7 bilhões totalizando R$ 747,9 bilhões em 30 de junho de 2020, em relação ao primeiro semestre de 2019.

“O incremento resultou, principalmente, do ingresso de recursos do Tesouro Nacional (R$ 17 bilhões), no âmbito do  Programa Emergencial de Suporte a Empregos (PESE), além da apropriação de variação cambial e juros da carteira de crédito e repasses (R$ 30,3 bilhões). Esses fatores foram atenuados pela transferência de R$ 20 bilhões do fundo PIS/Pasep para saques emergenciais de trabalhadores via FGTS e pela desvalorização da carteira de não coligadas em R$ 13,3 bilhões”, segundo BNDES.

A carteira de operações de crédito e repasses, líquida de provisão, totalizou R$ 444,3 bilhões, mesmo patamar do trimestre anterior, e representava 59,4% dos ativos totais em 30 de junho de 2020. A carteira de crédito expandida do Banco chegou a R$ 457,6 bilhões.

A inadimplência superior a 90 dias apresentou queda no semestre, passando de 0,84% em 31 de dezembro de 2019 para 0,46% em 30 de junho de 2020, abaixo da inadimplência média do Sistema Financeiro Nacional de 2,88%.

Já o índice de renegociação atingiu 37,99% em 30 de junho de 2020, “fortemente impactado pelas renegociações no âmbito do Standstill COVID-19. Esta medida, que possibilitou a suspensão do pagamento de juros e principal por um período de seis meses, beneficiou R$ 1 a cada R$ 3 da carteira de crédito do BNDES”.

A carteira de participações societárias totalizou R$ 77,3 bilhões em 30 de junho de 2020. A posição representa uma queda de 32,4% no semestre, em função de vendas, especialmente de Petrobras, e da desvalorização dos investimentos em não coligadas, principalmente da Petrobras, Eletrobras e Vale.

Fontes de recursos

Em junho, o Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) e o Tesouro Nacional representavam 40,6% e 28,2%, respectivamente, das fontes de recursos do BNDES. O valor devido pelo BNDES ao Tesouro Nacional atingiu R$ 211,1 bilhões em 30 de junho de 2020, um aumento de 5,7% em relação a 31 de dezembro de 2019, decorrente do ingresso de recursos do Tesouro Nacional no âmbito do PESE. Os pagamentos ordinários ao Tesouro totalizaram R$ 7,6 bilhões e não houve liquidações antecipadas no semestre.

O passivo com captações externas totalizou R$ 37,8 bilhões em 30 de junho de 2020 (acréscimo de 31,4% no semestre, em função, principalmente, de efeito cambial).

Eventos Subsequentes

Em julho e agosto a devolução de recursos não repassados da primeira versão do Programa Emergencial de Suporte a Empregos (PESE), R$ 13,22 bilhões, o leilão de ações da Vale no valor de R$ 8,14 bilhões e a alienação de R$73,8 milhões de units de emissão da AES Tietê Energia S/A de propriedade da BNDESPAR, terão impacto nos balanços futuros do BNDES.