Banco central do Reino Unido mantém juros em 0,75%

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São Paulo – O Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) manteve a taxa básica de juro do Reino Unido em 0,75% ao ano, citando que a taxa de inflação permanece em linha com as expectativas, e que os riscos à economia estão diminuindo, com sinais de estabilização no cenário global.

A decisão, no entanto, mais uma vez não foi unânime, com dois dissidentes: Jonathan Haskel e Michael Saunders. Os dois optaram pela redução da taxa em 0,25 ponto percentual (pp), para 0,50% ao ano, assim como na reunião anterior, de novembro.

O Comitê de Política Monetária (MPC, na sigla em inglês) também decidiu, de forma unânime, manter o estoque de títulos corporativos comprados pelo banco central em 10 bilhões de libras e manter inalterado o estoque de títulos públicos adquiridos, que está em 435 bilhões de libras.

Segundo o MPC, o cenário mudou pouco desde a reunião anterior, com a taxa de inflação em 1,5% em novembro, como esperado. A taxa deve cair para 1,25% devido aos efeitos temporários de quedas nos preços regulamentados de energia e água, antes de acelerar acima da meta de 2% no final do período de projeção.

Com relação à economia, “o crescimento global tem mostrado tentativas de estabilização”. Além disso, “a redução parcial da guerra comercial entre Estados Unidos e China fornece algum apoio adicional às perspectivas”, embora as tensões comerciais continuem altas.

No Reino Unido, os gastos das famílias continuam crescendo, mas investimentos de empresas e pedidos de exportação seguem fracos. “Continua a haver alguns sinais de que o mercado de trabalho está afrouxando, apesar de permanecer apertado”. Esses motivos levaram os dissidentes a votar pela redução na taxa de juros.

De acordo com o MPC, porém, as perspectivas são de recuperação no crescimento do PIB no Reino Unido, “apoiada pela redução das incertezas relacionadas ao Brexit, afrouxamento da política fiscal e modesta recuperação do crescimento global”.

Por fim, o MPC afirmou que vai continuar monitorando a resposta das famílias e empresas ao Brexit e repetiu que a resposta de política monetária pode vir em qualquer direção. “Se o crescimento global não se estabilizar ou se as incertezas do Brexit permanecerem enraizadas, a política monetária pode precisar reforçar a recuperação esperada no crescimento do PIB e da taxa de inflação do Reino Unido”.