Pelosi ameaça segurar artigos até ver que “julgamento justo” será feito

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A líder do Partido Democrata na Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, Nancy Pelosi

São Paulo – A presidente da Câmara dos Deputados norte-americana, Nacy Pelosi, afirmou que irá enviar os artigos de acusação do inquérito de impeachment do presidente norte-americano, Donald Trump, assim como os representantes selecionados para defendê-los perante o Senado apenas quando souber que “um julgamento justo será feito” na casa.

“Temos uma legislação aprovada pelo comitê de regras que nos permitirá decidir como enviaremos os artigos de impeachment. Não podemos nomear representantes até que vejamos como será feito o julgamento no lado do Senado, e espero que isso ocorra em breve, assim como fizemos com nossa resolução 660, para descrever qual seria o processo. Até agora, não vimos nada que pareça justo para nós, então espero que isso mude”, afirmou Pelosi durante coletiva à imprensa logo após seu anúncio de que a Câmara havia aprovado o processo de impeachment de Trump.

Quando questionada sobre o que seria um “julgamento justo”, Pelosi citou o líder do partido Republicano no Senado, Mitch McConnel, afirmando que o político não seria suficientemente imparcial para o processo.

“Isto é o que eu não considero um julgamento justo: que o líder Mcconnell afirmou que não é um jurado imparcial, que ele seguirá as sugestões da Casa Branca e está trabalhando em total coordenação com o escritório do advogado do presidente”, declarou ela.

O deputado Jerrold Nadler, do comitê judiciário da Câmara, acrescentou que “o senador Mcconnell, por essa declaração, disse que ele é efetivamente o júri trabalhando com o advogado de defesa. Isso não é justo”.

Pelosi, no entanto, foi questionada pelos repórteres se existia a possibilidade, caso não ouvisse uma reposta dos senadores sobre o processo de julgamento, dela segurar os artigos dentro da Câmara. Segundo ela, “os democratas irão apenas esperar para decidir seus representantes após a garantia de uma avaliação imparcial do caso por parte dos senadores”.