Atividade cresce e reduz dívida líquida a 60,3% do PIB em julho

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São Paulo – A dívida líquida do setor público atingiu R$ 4,893 trilhões em julho, mas o crescimento da atividade econômica e a alta do dólar ajudaram a reduzir a relação entre a dívida e o Produto Interno Bruto (PIB) em 0,5 ponto porcentual (pp) na comparação mensal, para 60,3%, segundo dados do Banco Central (BC).

A queda na relação entre a dívida e o PIB reflete o crescimento da economia, que removeu 0,7 pp da taxa, e a alta do dólar em relação ao real – que no caso da dívida líquida é favorável porque aumenta o valor das reservas internacionais, um ativo do governo. Este item removeu outros 0,4 pp da relação entre a dívida e o PIB.

Impediram uma queda mais acentuada do endividamento os juros incorporados à dívida pública – que somaram 0,6 pp à relação dívida/PIB – e o déficit primário do setor público – que agregou 0,1 pp.

Na comparação anual, a relação entre a dívida líquida e o PIB caiu 2,4 pp, refletindo o crescimento do PIB nominal (-5,1 pp), dos juros nominais apropriados (+2,3 pp), da valorização do real (+0,2 pp) e do déficit primário (+0,2 pp).

DÍVIDA BRUTA

A relação entre a dívida bruta do governo e o PIB também diminuiu, mas em apenas 0,1 pp, para 83,8%. No total, a dívida bruta atingiu R$ 6,797 trilhões em julho.

A variação na relação entre a dívida bruta e o PIB reflete o crescimento do PIB nominal (-0,9 pp), as emissões líquidas de dívida (+0,2 pp) e a incorporação de juros nominais (+0,5 pp).

No ano, houve redução de 5,0 pp na relação entre a dívida bruta e o PIB, motivado pelo crescimento do PIB nominal (-7,3 pp), dos resgates líquidos de dívida (-0,7 pp), da valorização cambial acumulada (-0,1 pp) e da incorporação de juros nominais (+3,0 pp).

RESULTADO MENSAL DAS CONTAS PÚBLICAS

O setor público consolidado – que inclui governo central, administrações regionais e as estatais – registrou déficit primário de R$ 10,3 bilhões em julho, uma redução de 87,3% em relação ao mesmo mês do ano anterior, segundo dados divulgados pelo Banco Central.

Levando em consideração apenas o governo central, o déficit primário atingiu R$ 16,8 bilhões, uma queda de 80,9% em relação a julho de 2020. O resultado reflete superávit de R$ 19,4 bilhões no governo federal , ante déficit de R$ 68,2 bilhões um ano antes, e saldo negativo de R$ 37 milhões no Banco Central(-53,3%). também inclui um déficit de R$ 36,2 bilhões no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) – alta de 82,3% em base anual.

O resultado primário dos governos regionais foi um superávit de R$ 7,3 bilhões, composto por um saldo positivo de R$ 5,7 bilhões nas administrações estaduais e por um superávit de R$ 1,61 bilhão nos governos municipais. Em relação a julho de 2020, houve crescimento de 16,9% no saldo positivo das administrações regionais, queda de 15,2% no superávit dos governos estaduais e reversão do resultado negativo de R$ 477 milhões dos municípios.

O resultado nominal do setor público consolidado foi déficit de R$ 55,4 bilhões em julho, uma redução de 36,3% em relação ao mesmo mês do ano anterior.