Analistas destacam resultados operacionais da Cosan e esperam maiores ganhos à frente

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São Paulo – Na noite de sexta-feira (11), após o fechamento do mercado, a Cosan (CSAN3), holding detentora de participações relevantes na Raízen (RAIZ4), Rumo (RAIL3), Compass Gás & Energia, Moove, divulgou seus números referentes ao segundo trimestre de 2022.Os analistas avaliaram os números positivamente, mas esperam maiores ganhos e dividendos no quarto trimestre.

O Bank of America (BofA) destacou o sólido desempenho na Rumo, Compass e Moove, apesar de um trimestre desafiador para a Raizen, impactado negativamente pela marcação a mercado dos estoques devido aos preços mais baixos do combustível.Segundo a análise, o ebitda da Compass e da Moove superou as expectativas do BofA, enquanto as despesas financeiras quase dobraram em base anual, para R$ 679 milhões, devido ao maior endividamento e elevação das taxas de juros.

O EBITDA da Rumo aumentou 58% com guidance para o ano revisado para cima, enquanto o EBITDA da Moove aumentou 57% devido à consolidação da PetroChoice, e o EBITDA da Compass aumentou 10% em base anual.

“Os dividendos recebidos neste trimestre foram de apenas R$ 75 milhões, mas esperamos que eles acelerem no 4T devido principalmente aos dividendos da Compass”, escreveram os analistas do BofA ao reiterar a recomendação de compra, na visão de que a Cosan é uma gestora de portfólio com investimentos em ativos insubstituíveis, enquanto a estrutura financeira implantada permite cumprir suas obrigações no médio prazo.

A Levante Idéias de Investimento destaca que o resultado foi marcado pela forte recuperação na Rumo e queda no ebitda da Raízen, por conta dos efeitos de estoque na distribuição de combustíveis. Além disso, após o fechamento do trimestre, os analistas ressaltaram importantes movimentações que ocorreram nas empresas investidas do grupo.

“A Raízen, Joint Venture (JV) formada entre a Cosan e a Shell atuante no mercado de produção e distribuição de etanol e açúcar, entregou um ebitda de R$ 2,76 bilhões, queda de 14% o mesmo período do ano passado, resultado afetado pelo efeito de estoques de combustíveis, que tiveram uma forte queda nos preços no trimestre, após a redução tributária. Houve ainda uma maior pressão nos custos do segmento Renováveis, sendo parcialmente compensada pelos ótimos resultados do Açúcar”, disse a Levante.

A Rumo, maior operadora de logística ferroviária independente do Brasil, foi o destaque do trimestre, entregando mais um sólido resultado. Com um volume transportado total de 20,3 bilhões de TKU, crescimento de 23,8% em relação ao 3T21, o Ebitda foi recorde em R$ 1,4 bilhão (+58,2% a/a). O bom aumento no volume é reflexo principalmente de uma maior safra de milho e o ramp-up da Malha Central. “Vale lembrar que, em 2021, seu resultado foi muito prejudicado pela quebra de safra ocorrida”, escreveu a Levante.

A Compass Gás & Energia entregou um crescimento de 10,8% no volume de gás natural distribuído em relação ao 3T21, finalizando o período em 1,4 milhão de metros cúbicos. O aumento no volume foi puxado integralmente pela incorporação da Commit (ex-Gaspetro) no seu balanço, que compensou a queda no volume da Comgás (-6% a/a). “É importante recordar que, no último trimestre, houve a integração da Sulgás. Assim sendo, a companhia reportou um crescimento no Ebitda de 10,9%, finalizando o 3T22 em R$ 966 milhões”, comentaram os analistas.

A Moove, empresa com atuação global no mercado de lubrificantes, apresentou crescimento de 66,2% a/a no volume total vendido, fechando o 3T22 em 158 mil metros cúbicos. O forte aumento no volume é decorrente das aquisições realizadas, PetroChoice e Tirreno, que impulsionaram o Ebitda da companhia em 56,7% a/a, encerrando o trimestre em R$ 245 milhões.

Os analistas também destacaram o ebitda consolidado da Cosan, de R$ 4,1 bilhões, aumento de 19,3% contra o 3T21.

Perto do fechamento, às 18h11 (horário de Brasília), a ação da Cosan (CSAN3) caía 2,04%, enquanto a Rumo (RAIL3) tinha leve alta, de 0,10%, e Raízen (RAIZ4) tinha baixa de 0,48%.