Ainda há defasagem nos preços de combustíveis da Petrobras, dizem analistas

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Foto: Divulgação / Petrobras

São Paulo – A Ativa Investimentos avaliou positivamente o aumento dos combustíveis anunciado hoje pela Petrobras, mas disse que a empresa ainda trabalha com uma defasagem de 14% frente ao preço internacional, reduzindo a avaliação divulgada na última sexta-feira, quando apontou que o potencial de elevação no preço da gasolina comercializada pela estatal para alcançar a paridade internacional era de 20%.

“O primeiro reajuste para cima da atual gestão é positivo e possui suntuoso simbolismo, reportando a existência de uma banda contemplando margens minimamente possíveis por parte da companhia”, disse Ilan Arbetman, analista de research da Ativa Investimentos, em comentário.

A Associação Brasileira de Importadores de Combustíveis (Abicom) também atualizou a avaliação em relação ao anúncio de hoje, e apontou que a defasagem média do preço da gasolina está em 7% em relação ao praticado no mercado internacional, ante 11% na semana passada, o que inviabilizava operações de importadores. Para o diesel, a entidade considera que há defasagem média de 3% no preço de hoje.

“As defasagens continuam, mas a ação da Petrobras dá uma sinalização muito boa, indicando que deverá praticar preços alinhados com o mercado internacional”, comentou Sérgio Araújo, presidente executivo da Abicom.

A partir de amanhã (6), a companhia aumentará o preço médio da gasolina nas refinarias em 6,32%, para R$ 2,69 o litro, enquanto o preço médio do diesel vai subir 3,69% a R$ 2,81 o litro, e elevou em 5,8% (R$ 0,20) por kg o preço médio de venda de Gás Liquefeito de Petróleo (GLP), o chamado gás de cozinha, para as distribuidoras para R$ 3,60 por quilograma (kg). Os reajustes acompanham a elevação nos patamares internacionais de preços de petróleo e derivados, disse a estatal, em nota.

Em 12 de junho, a estatal reduziu o preço médio da gasolina nas refinarias em 2,32%, para R$ 2,53 o litro, e aumentou de 5,92% no preço médio do GLP para as distribuidoras, para R$ 3,40 por kg, refletindo um aumento médio de R$ 0,19 por kg. O preço médio do diesel não foi alterado e ficou em R$ 2,71 o litro.

No caso do GLP, a estatal destacou que o decreto número 10.638/2021 zerou as alíquotas dos tributos federais PIS e Cofins incidentes sobre a comercialização do produto quando destinado para uso doméstico e envasado em recipientes de até 13 kg.

As ações da estatal PETR3 e PETR4 encerraram o pregão desta segunda-feira em queda de 0,96% e 0,95%, a R$ 29,74 e R$ 28,90.