Ações da JBS, Marfrig e BRF lideram o retorno diário na carteira do Ibovespa nesta segunda-feira

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São Paulo – As ações das empresas de frigoríficos lideraram o retorno diário na carteira do Ibovespa em 26 de fevereiro, aponta análise da Elos Ayta Consultoria. A melhor rentabilidade nesse dia entre as ações da carteira do Ibovespa foi da JBS (JBSS3), com uma valorização de 4,19%, seguida pela Marfrig (MRFG3), com uma valorização de 3,87%, e pela BRF (BRFS3), que teve o terceiro melhor desempenho, com 3,78%.

A JBS registrou um crescimento de R$ 1,97 bilhão em valor de mercado, seguida pela BRF, com R$ 856 milhões, e pela Marfrig, com R$ 308 milhões, fechando a lista das três principais empresas do setor. O valor de mercado consolidado das três empresas em 23 de fevereiro foi de R$ 77,7 bilhões, enquanto em 26 de fevereiro foi de R$ 80,8 bilhões, representando um crescimento de R$ 3,1 bilhões, um valor equivalente ao valor de mercado do Grupo SBF, que vale R$ 3,0 bilhões.

JBS dispara após resultado positivo da Pilgrim’s Pride no 4T23

O resultado acima das expectativas do mercado da Pilgrim’s Pride, subsidiária de aves da JBS nos EUA, animou os investidores e analistas e a ação JBSS3 liderou os ganhos do principal índice da B3 e dos frigoríficos e encerrou o pregão desta segunda-feira em alta de 4,18%, a R$ 22,14, seguida por Marfrig (MRFG3:+3,87%, a R$ 8,85), BRF (BRFS3: +3,77%, a R$ 14,01) e Minerva (BEEF3:+2,00%, a R$ 6,63).

O Itaú BBA elevou sua projeção de lucro para a JBS após a Pilgrims Pride reportar #EBITDA ajustado 13% acima da sua expectativa e 11% acima das estimativas de consenso. “O ebitda ajustado atingiu US$ 310 milhões, com margem ebitda de 6,8% (US GAAP), superando nossa estimativa em 30 pontos base. Além de superar o consenso da Bloomberg, registaram-se resultados sólidos em diversas unidades de negócio, nomeadamente nos EUA e no Reino Unido. A surpresa positiva levaria a um ajuste para cima de 3% nas nossas estimativas da JBS para o 4T23, para R$ 5,6 bilhões”, comenta o analista Gustavo Troiano, do Itaú BBA, em relatório.

Na visão do analista, os resultados da subsidiária da JBS confirmam “que o pior já passou”, mas esse não é o gatilho de curto prazo que busca na JBS. “Em nossa opinião, a PPC provavelmente abrirá caminho para o crescimento esperado da lucratividade da JBS ao longo de 2024. No entanto, também acreditamos que a maior parte da recuperação da PPC já está precificada no ebitda esperado da JBS, que é de cerca de R$ 21-22 bilhões para 2024.”

Enquanto isso, a reavaliação das expectativas da companhia em relação ao processo de listagem nos EUA e a perspectiva pessimista para a indústria de carne bovina dos EUA provavelmente não mudarám em breve. “Em nossa opinião, estes são os dois fatores mais relevantes que poderão desencadear uma reavaliação da empresa no curto prazo. Mantemos, portanto, a nossa visão positiva sobre a empresa, mas reconhecemos que os investidores provavelmente estão à espera de um melhor ponto de entrada para se tornarem mais otimistas em relação ao nome”, conclui Troyano, em relatório.

O Itaú BBA tem recomendação de compra para JBSS3, com preço-alvo de R$ 31,00 para 2024, que considera um upside de 45,28% em relação ao preço atual da ação (R$ 21,26).

BRF busca o primeiro lucro desde o primeiro trimestre de 2022

A BRF (BRFS3) inaugura a divulgação de balanços do quarto trimestre de 2023 das empresas frigoríficas listadas na B3, a bolsa brasileira (B3) e do índice Ibovespa, que também inclui JBS, Marfrig e Minerva. Os resultados serão conhecidos nesta segunda-feira (26), após o fechamento do mercado. A empresa busca o primeiro lucro desde o primeiro trimestre de 2022. O controle do frigorífico passou recentemente a ser exercido pela rival Marfrig, que desde dezembro detém mais de 50% do capital da companhia.

A plataforma de mercados financeiros Investing.com destaca que a perspectiva de uma nova governança influenciou positivamente o preço das ações em 2023, com uma alta acumulada de 66,79%. Porém, os papéis tiveram uma pequena correção este ano, com uma baixa acumulada de -2,24% até o pregão da última sexta-feira (23).

De acordo com as projeções da InvestingPRO, ferramenta de análise fundamentalista do br.investing.com, para o próximo balanço de BRF, os analistas de mercado esperam um crescimento de 5,7% na receita trimestral de BRF no quarto trimestre de 2023 em comparação com os três meses anteriores. A expectativa é de que o faturamento tenha subido de R$ 13,806 bilhões para R$ 14,598 bilhões.

A estimativa de Lucro por Ação (LPA) positiva em relação aos números apresentados entre julho e setembro. “Seria o primeiro lucro da empresa desde o último trimestre de 2021. Os analistas de mercado projetam um LPA de R$ 0,26 no período, com dois analistas revisando a projeção para cima nos últimos 90 dias. Vale ressaltar que o mercado superestima o LPA da BRF desde o primeiro trimestre de 2022, ou seja, o resultado registrado é pior do que o consenso”, explica a Investing.

“Os resultados do terceiro trimestre de 2023 causaram uma decepção no mercado. A expectativa era de um LPA positivo, porém foi registrado um LPA de -R$ 0,23. Já superou o consenso em +6,9% acima do projetado”, conclui a plataforma.

O InvestingPRO indica um preço-justo de R$ 13,53 para os papéis da BRF, com potencial de alta de apenas 0,27% e grau de incerteza média para os próximos 12 meses. O valor foi obtido por meio da mediana de 13 modelos diferentes de valuation e está abaixo da mediana dos analistas de mercado (R$ 14,17). Isso significa que o InvestingPro está menos otimista com as ações de BRF.