Ação da Qualicorp despenca 12% após resultado fraco no 2T21

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São Paulo – As ações da Qualicorp seguem ampliando perdas e mostrando a maior queda do Ibovespa após resultados mais fracos do que o esperado pelo mercado no segundo trimestre e preocupação com a perda de clientes. Às 13h41 (horário de Brasília) os papéis da companhia (QUAL3) caíam 12,76%, a R$ 21,18.

Ontem, a empresa reportou uma queda de 28,4% no lucro líquido do segundo trimestre deste ano, que somou R$ 90,3 milhões.

Para o BTG Pactual, os resultados foram mais fracos do que o esperado e prejudicados pela alta rotatividade e margens operacionais pobres.

“O ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado totalizou R$ 201 milhões (21% abaixo de nós), queda de 14% ao ano e 17% trimestral, refletindo maiores despesas comerciais e despesas de pessoal superiores (incluindo R$ 9 milhões em bônus aos executivos)”, disseram os analistas do BTG.

Os analistas do Credit Suisse também afirmam que os resultados vieram abaixo das suas expectativas, destacando o aumento de despesas comerciais e um “churn” (taxa de evasão de clientes) bastante alta.

“O churn alto é a maior limitação do case pois está impactando tanto crescimento como rentabilidade. Acreditamos que as despesas administrativas voltem aos níveis anteriores, mas as comerciais chegaram a um novo patamar. O equilíbrio econômico da companhia vai depender em resolver a questão do churn e voltar a ser um caso típico de geração de caixa”, disseram os analistas, em relatório.

Já os analistas do Bank of America (BofA) disseram que apesar de reconheceram dados abaixo do esperado e a reação negativa do mercado, reiteram a recomendação de compra para o papel, já que acredita que os aspectos negativos já estão precificados, com a Qualicorp negociando com um desconto de 47% abaixo da média do setor.

“O churn ainda foi pressionado pelo reajuste retroativo de preços de 2020, chegando a uma taxa de 11% neste trimestre, mas esperamos que o churn convirja gradualmente para os níveis pré-covid a partir do terceiro trimestre”, afirmaram ainda.