Ação da EDP Brasil cai após controlador propor fechamento do capital; veja análises

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São Paulo -A ação da Energias do Brasil (EDP Brasil) opera em queda após a companhia anunciar que o seu controlador propôs o seu fechamento de capital por meio de uma oferta pública de aquisição de ações (OPA). Às 16h55 (horário de Brasília) o papel ENBR3 caía 1,50%, a R$ 22,18.

A Genial Investimentos recomenda a venda da ação da Energias do Brasil (EDP Brasil), após a companhia anunciar que o controlador da empresa, o grupo Energias de Portugal (EDP) propôs uma oferta pública de ações para fechamento de capital da subsidiária brasileira. De acordo com os termos apresentados, a EDP está oferecendo R$24 por ação para o fechamento capital e não anunciou nenhum cronograma oficial para realização da OPA. A proposta ainda precisa ser aprovada em assembleia por 2/3 dos acionistas minoritários. O preço-alvo de venda da corretora é de R$ 24, que considera um potencial de alta de 5,91% ante a cotação de 2 de março.

“Estamos mudando a nossa recomendação para as ações da ENBR3 para VENDER. Achamos que o acionista minoritário da empresa deve aceitar os termos propostos pelo controlador da Energias do Brasil, Energias de Portugal. Nossa decisão é pautada no preço apresentado pela proposta versus a nossa própria avaliação do ativo e do preço-alvo médio estabelecido pelo consenso de analistas do mercado”, escreveu a Genial, em relatório. “Primeiramente, a oferta está alinhada ao nosso preço-alvo para o ativo. Sendo assim, de acordo com a nossa avaliação, a EDP não teria grandes motivos para incrementar a oferta.”

“Nos últimos relatórios de análise trimestral da empresa, comentamos sobre o dever de casa bem feito pelo management nos últimos anos, nos levando até a acreditar que pudessemos estar subavaliando o ativo. Entretanto, com uma proposta próxima as máximas de cinco anos em meio a um mercado desafiador, altas taxas de juros, queda nos preços de longo prazo de energia e outras oportunidades no setor elétrico também negociando a níveis muito atraentes (que podem ser o destino dos recursos levantados na oferta), temos pouca esperança para achar que a base acionária da empresa vá negar os termos atuais da oferta.”

A Genial lembra que a ENBR3 deve negociar com desconto em relação ao preço da proposta até a conclusão da oferta ao preço anunciado, dando oportunidades de arbitragem aos interessados, destacando que, entretanto, nesse caso, o risco passa a ser o controlador simplesmente retirar a sua proposto, o que faria as cotações da empresa despencarem aos níveis pré-oferta.

A XP vê a transação como positiva para os acionistas da EDP Brasil porque o preço que será pago pelas ações é 4,2% acima do seu preço-alvo de R$ 23 por ação, implicando uma TIR real de 8,5%, o que considera atraente.

O preço atribuído pela EDP a cada ação objeto da oferta será de R$ 24/ação, um prêmio de 22,26% sobre o último preço de fechamento (R$ 19,63/ação) e 4,2% sobre nosso preço alvo de R$ 23/ação. O preço da oferta também está 6% acima da máxima histórica da ação e 9% acima do teto do relatório da Ernst & Young, que avaliou a empresa na faixa de R$ 20,20 a R$ 22,09.

“O negócio visa dar ao controlador mais flexibilidade para alocar capital no Brasil e buscar alternativas de financiamento mais baratas. Devido à deterioração macro brasileira, assumir dívidas em Portugal pode ser uma vantagem competitiva”, comentou a analista Maíra Maldonado, da XP.