Bolsa fecha em alta impulsionada pelo petróleo, Vale e Nova York

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São Paulo – A Bolsa fechou em alta, na região dos 131 mil pontos, puxada pela valorização do petróleo e impulsionando Petrobras (PETR3 e PETR4) e petroleiras, Vale (VALE3), exterior positivo e recuo na curva de juros futuros.

Os investidores esperam amanhã (20) a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) e indicadores importantes ao longo da semana aqui e nos Estados Unidos.

A Petrobras (PETR 3 e PETR4) subiu 2,05% e 1,24%, respectivamente. Vale (VALE3) avançou 0,47%.

O principal índice da B3 subiu 0,68%, aos 131.083,82 pontos. O Ibovespa futuro com vencimento em fevereiro avançou 0,67%, aos 133.255 pontos. O giro financeiro foi de R$ 22,4 bilhões. Em Nova York, as bolsas fecharam em alta.

Alexsandro Nishimura, economista e sócio da Nomos, disse que o petróleo e exterior puxaram a Bolsa para cima.

“O primeiro pregão da semana em alta foi influenciado pela valorização do preço do petróleo no mercado internacional- subiu diante dos receios em relação à segurança das rotas para o comércio mundial que passam pelo mar Vermelho- e ajudou a impulsionar as petroleiras por aqui, pelo desempenho das bolsas americanas, ainda sob embalo da expectativa de corte dos juros americanos em 2024”.

Os papéis das aéreas avançaram, após o Ministério de Portos e Aeroportos (MPor) anunciar as primeiras medidas para redução dos preços das passagens aéreas. O anúncio, feito em conjunto com representantes das companhias, foi focado na promessa de maior volume de promoções, disse Nishimura.

Leandro Petrokas, diretor de research, mestre em finanças e sócio da Quantzed, disse que o dia é favorável para os ativos de risco aqui e no mercado internacional.

“A alta das commodities, exterior positivo e queda dos DIs colaboram para puxar a Bolsa para cima”.

Petrokas disse que o estrangeiro segue trazendo recursos para o Brasil. “Se não tivermos nenhum evento imprevisto e relevante, acredito que o mercado ainda pode continuar subindo nos pregoes finais de 2023”.

Entre as maiores quedas estão o Grupo Casas Bahia (BHIA3), Klabin (KLBN11) e Embraer (EMBR3). A Klabin recuou 2,31% após o rebaixamento do Goldman Sachs de neutro para venda e corte do preço-alvo de R$ 23 para R$ 18 e o Grupo Casas Bahia perdia 4,92% e continua sem atrair compradores, mesmo após o inplit da semana passada. Empresa passa por um momento de dificuldades operacionais e fragilidade da estrutura de capital, concluiu.

A Embraer (EMBR3) caiu 2,05% pelo terceiro pregão consecutivo, em um movimento mais técnico do que por fundamentos. A ação subiu quase 40% entre 01/11 e 13/12 e os investidores começaram a realizar lucros após a forte alta recente do ativo.

Já entre as maiores altas do Ibovespa, o destaque ficou para Alpargatas (ALPA4), Braskem (BRKM5) e Petrorecôncavo (RECV3)-com ganho de 6,36%, 4,36% e 3,74%, respectivamente.

“A PetroRecôncavo sobe beneficiada com a alta do petróleo. Enquanto isso, a Braskem avança por conta de notícia de que rompimento de mina da empresa ainda não afetou a água da lagoa Mundaú. As ações caíram bastante recentemente com novas preocupações com questões ambientais envolvendo a companhia. Já a alta de Alpargatas pode ser com expectativas do desempenho do varejo para este fim de ano. As ações estão de lado há aproximadamente 40 dias e tem 15% do free float das ações alugadas. Pode se rum movimento de zeragem de posições short, inclusive, ressaltou.

Thiago Lourenço, operador de renda variável da Manchester Investimentos, a Bolsa está em linha com o mercado norte-americano com “as petroleiras e siderúrgicas subindo e ajudando o índice, bancos e ações ligadas à economia doméstica fracos; essa semana o volume começa a reduzir com a proximidade do fim do ano”.

O operador de renda variável da Manchester Investimentos disse o mercado tem precificado pouco o viés político, o investidor local tem saído e bolsa e o fluxo estrangeiro segue expressivo.

“O estrangeiro dá menos importância para questões políticas no curto prazo e ainda tem muito ruído da parte do governo, com a aprovações recentes ainda não se sabe quanto vão ter de impacto fiscal”.

Em relação às units da Klabin (KLBN11), Lourenço disse que a queda está relacionada à comunicação que a empresa fez ao mercado.

“Eles vão diminuir os dividendos pagos e vão aumentar o custo de Capex; o papel sempre pagou muito dividendo e várias casas de análises e bancos recomendaram venda do papel; se comparar com a Suzano, que é do mesmo setor, a Klabin vai entrar em um ciclo de mais investimento e menos de distribuição enquanto a Suzano está invertendo o ciclo”.

O dólar comercial fechou em queda de 0,67%, cotado a R$ 4,9039. A moeda refletiu, especialmente na parte da manhã, a falta de indicadores que marcou esta segunda, mas ganhou força no período da tarde.

Leonardo de Santana, analista da Top Gain, disse que não tem nenhuma notícia para explicar essa queda mais expressiva do dólar, por enquanto.

“Não tem notícia até o presente para explicar esse movimento, ele apenas teve rompimento de um bom suporte de R$ 4,92; o DXY está firme e os DIs lateralizado”.

Mais cedo, o estrategista-chefe do Banco Mizuho, Luciano Rostagno, disse que as declarações dos dirigentes do Fed de Nova York, John Williams, e de Atlanta, Raphael Bostic, nos últimos dias, serviram para frear o otimismo do mercado de que o início do corte nos juros seria já em março.

Rostagno pontua que o real está mais mostrando mais resiliência nesta primeira sessão da semana, e que apesar da proximidade das festividades, a semana ainda está “carregada” de indicadores nos Estados Unidos.

As taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DI) fecham em queda, descolado dos Treasuries (títulos do Tesouro norte-americano) e à espera da ata do Comitê de Política Monetária (Copom) que deve sair amanhã.

Por volta das 16h45 (horário de Brasília), o DI para janeiro de 2024 tinha taxa de 11,646% de 11,648% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2025 projetava taxa de 10,060% de 10,090%, o DI para janeiro de 2026 ia a 9,660%, de 9,665%, e o DI para janeiro de 2027 com taxa de 9,775% de 9,800% na mesma comparação. No mercado de câmbio, o dólar futuro operava em alta, cotado a R$ 4.9069 para a venda.

Os principais índices do mercado de ações dos Estados Unidos fecharam a sessão em alta, ampliando um aumento de sete semanas, apesar dos membros do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) tentarem conter as altas expectativas de cortes nas taxas de juros.

Confira abaixo a variação e a pontuação dos índices de ações dos Estados Unidos após o fechamento:

Dow Jones: +0,005%, 37.306,02 pontos
Nasdaq 100: +0,61%, 14.904,8 pontos
S&P 500: +0,45%, 4.740,56 pontos

Com Paulo Holland, Camila Brunelli e Darlan de Azevedo / Agência CMA

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