MERCADO AGORA: Veja um sumário dos negócios até o momento

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Foto: Pexels

São Paulo – Volátil, o Ibovespa abriu em queda e, com 40 minutos de pregão passou a operar em alta, mas não sustentou o ganho e voltou a cair em seguida. No início da tarde o índice voltou a subir. Em Nova York, as bolsas seguem um movimento negativo, com a realização de lucros após ganhos recordes.

Por volta das 13h30 (horário de Brasília), o Ibovespa operava em alta de 0,22%, aos 121.383,36 pontos. O volume financeiro do mercado era de aproximadamente R$ 32,9 bilhões. No mercado futuro, o contrato de Ibovespa com vencimento em abril de 2021 apresentava avanço de 0,15%, aos 121.815 pontos.

Para Rodrigo Franchini, sócio e responsável pela área de produtos da Monte Bravo Investimentos, a oscilação no mercado acionário é atribuída a um início de semana significativo no campo local, que gera atenção do investidor, além do vencimento de opções sobre ações. “O governo está tentando achar um espaço no Orçamento, seja por meio de auxílio emergencial, Bolsa Família ou Pronampe [Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte] e nenhum deles encaixa na Lei Orçamentária. Existe uma dificuldade em entender como o governo vai lidar com o veto”, afirma.

Ele comenta que “o mercado está esperando um direcionamento político, orçamentário e uma vacinação mais efetiva”, diz. E acrescenta: “se dependêssemos somente do mercado externo e tivéssemos menos ruídos políticos aqui, a nossa Bolsa seria menos volátil e teria uma semana mais consistente”.

Nos Estados Unidos, a semana é positiva com mais temperada de balanços corporativos. “Os resultados devem ser favoráveis porque a economia norte-americana está sinalizando desenvolvimento melhor que o esperado.”

Embora o Índice de Atividade Econômica (IBC-Br) do Banco Central, divulgado esta manhã, tenha sido positivo [subiu 1,70% em fevereiro na comparação com janeiro, atingindo 143,24 pontos, o maior nível desde 2019], o cenário local incerto ofusca o otimismo, observou o analista.

Hoje também tem vencimento de opções sobre ações, e segundo Rodrigo Franchini, o exercício influencia na maior volatilidade da bolsa porque há uma elevação no patamar de negociação em até 40% a 50%. “Normalmente o Ibovespa trabalha entre R$25 a R$30 bilhões em ofertas diárias; em dia de vencimento passa para R$40 a 45 bilhões”, enfatiza. Essa volatilidade “é pontual” e maior que a média da semana passada e amanhã.

O dólar comercial exibe forte volatilidade na primeira parte dos negócios e opera com sinais positivo e negativo frente ao real em meio a um movimento técnico local em sessão de baixa liquidez e negócios e direção mista no exterior. Em semana de feriado doméstico, as atenções também se voltam ao Orçamento de 2021, no qual o presidente Jair Bolsonaro tem até quinta-feira para sancionar o projeto, com ou sem vetos às emendas parlamentares.

Por volta das 13h30, o dólar comercial registrava queda de 0,34%, cotado a R$ 5,5660 para venda. No mercado futuro, o contrato da moeda norte-americana com vencimento em maio de 2021 apresentava queda de 0,44%, cotado a R$ 5,569.

O diretor superintendente de câmbio da Correparti, Jefferson Rugik, reforça o movimento “montanha-russa” do dólar, com investidores locais se dividindo com o comportamento da moeda no exterior e com o viés de proteção local antes da definição da proposta orçamentária. “Também teve um fluxo exportador, e junto com o exterior, o dólar firma queda, após ir e vir”, comenta.

O chefe da mesa de câmbio da Terra Investimentos, Vanei Nagem, acrescenta que a sessão é de baixa liquidez.

“Qualquer saída ou entrada de dólares no país, faz preço de um lado ou de outro. O que estamos vendo hoje”, diz, acrescentando que o cenário doméstico segue com as turbulências políticas em torno da abertura da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar irregularidades no combate do governo à covid-19, além do imbróglio do Orçamento, que se arrasta desde o fim do mês passado, quando aprovado no Congresso.

As taxas dos contratos de juros futuros (DIs) firmaram-se em queda acompanhando o recuo do dólar em relação ao real depois de um início volátil para uma sessão na qual os vencimentos mais curtos ajustam-se às expectativas em relação à taxa Selic na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) marcada para o início de maio. Já os vértices mais longos mantêm a correção iniciada na semana passada e recuam com mais intensidade.

Por volta das 13h30, o DI para janeiro de 2022 tinha taxa de 4,650%, de 4,655% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2023 projetava taxa de 6,295%, de 6,33%; o DI para janeiro de 2025 ia a 7,86%, de 7,98% antes; e o DI para janeiro de 2027 tinha taxa de 8,46%, de 8,63%, na mesma comparação.