MERCADO AGORA: Veja um sumário dos negócios até o momento

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São Paulo – O Ibovespa chegou até a operar em alta acompanhando melhora de Bolsas no exterior, que tentam uma recuperação após as fortes perdas de ontem, porém, a alta não se sustentou e o índice voltou a operar em queda. Investidores também seguem atentos à cena política local, após declarações do ministro da Economia, Paulo Guedes. No entanto, a forte volatilidade pode permanecer enquanto seguem incertezas sobre o avanço do coronavírus e ruídos políticos.

Por volta das 13h30 (horário de Brasília), o Ibovespa registrava queda de 0,17%, aos 95.200,91 pontos. O volume financeiro do mercado era de aproximadamente R$ 19,8 bilhões. No mercado futuro, o contrato de Ibovespa com vencimento em dezembro de 2020 apresentava avanço de 0,33%, aos 95.365 pontos.

“Ontem, os mercados caíram muito forte depois que se confirmaram novas restrições na Alemanha e França em função da segunda onda do coronavírus e não é um impacto de um dia só. Os mercados estão melhores no exterior, mas o clima ainda é negativo, a aversão ao risco pode continuar. Vamos iniciar novembro com restrições e eleições nos Estados Unidos”, disse o sócio da Criteria Investimentos, Vitor Miziara.

Neste momento, as Bolsas norte-americanas, por exemplo, tentam se firmar no campo positivo depois de dados do PIB e seguro-desemprego melhores do que o previsto pelo mercado.

As Bolsas europeias, que operavam em leve queda, também ensaiam uma melhora, após a decisão do Banco Central Europeu (BCE) de manter a taxa de juros, mas com a presidente do banco, Chistine Lagarde, sugerindo que novas estímulos monetários podem vir em dezembro, já que vários instrumentos já estão sendo recalibrados. Porém, ainda há receios sobre o impacto de novos bloqueios anunciados ontem.

Na cena doméstica, Guedes afirmou que está no momento de começar a reduzir os auxílios dados em função da pandemia, se a doença está indo embora, e disse que não haverá “irresponsabilidade fiscal”.  Mas disse que caso ocorra uma segunda onda no Brasil, o governo agirá do mesmo modo decisivo.

Ainda há ruídos depois de declarações do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, de que o próprio governo estaria obstruindo a pauta e impedindo votações, além das críticas de Maia ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e ao ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles.

O dólar comercial exibe oscilações na primeira parte dos negócios, mas tem viés de alta firme frente ao real e opera acima de R$ 5,75, com o exterior ainda negativo para moedas de países emergentes em meio ao fortalecimento da divisa norte-americana diante o avanço do novo coronavírus na Europa, elevando os temores quanto à recuperação econômica global.

Por volta das 13h30, o dólar comercial registrava alta de 0,13%, sendo negociado a R$ 5,7730 na venda. No mercado futuro, o contrato da moeda norte-americana com vencimento em novembro de 2020 apresentava avanço de 0,41%, cotado a R$ 5,772.

Investidores locais digerem o comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom) em relação à manutenção da taxa de juros, à véspera da formação de preço da taxa Ptax de fim de mês e das eleições presidenciais nos Estados Unidos, na terça-feira.

O diretor superintendente de câmbio da Correparti, Jefferson Rugik, destaca que as preocupações do mercado seguem as mesmas de ontem, porém, nem os números melhores do que o esperado do Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos, no qual a leitura preliminar do terceiro trimestre apontou avanço de 33,1%, ante expectativa de +32,0% – após o tombo de 31,4% no segundo trimestre do ano – “abrandam” o movimento da moeda.

Ainda no exterior, investidores digerem a decisão de política monetária do Banco Central Europeu (BCE) no qual a taxa de juros foi mantida em zero. Porém, a autoridade monetária “promete” recalibrar os instrumentos, avaliando cuidadosamente as informações recebidas, incluindo a dinâmica da pandemia do novo coronavírus. Além disso, o BCE sugeriu que deverá adotar algum afrouxamento na próxima reunião, em dezembro.

Aqui, o mercado digere ao Copom. Para o economista da Tendências Consultoria, Silvio Campos, o comunicado do BC mudou de tom e se mostrou gradual e cauteloso, de modo que segue mais provável a manutenção da Selic nos próximos meses e um início de ajuste da Selic no quarto trimestre de 2021.

“As decisões em torno das diretrizes fiscais seguem cruciais para a definição do ‘timing’ desse ajuste monetário. O fracasso nas reformas ou a adoção de medidas que piorem a percepção fiscal resultaria em maior risco de antecipação e intensificação do aperto”, avalia.

As taxas dos contratos de juros futuros (DIs) seguem com oscilações estreitas, mas passaram a ensaiar um ligeiro viés negativo ao longo da curva a termo, com o tradicional de títulos públicos aliviando a pressão no trecho longo, que também desafia a visão do Comitê de Política Monetária (Copom) sobre os riscos fiscais e inflacionários. Já os vértices mais curtos reagem em baixa ao espaço deixado pelo Copom para um corte adicional na Selic, ainda que “pequeno”.

Às 13h30, o DI para janeiro de 2022 tinha taxa de 3,43%, de 3,51% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2023 projetava taxa de 4,97%, de 5,03% após o ajuste ontem; o DI para janeiro de 2025 estava em 6,69%, de 6,70%; e o DI para janeiro de 2027 tinha taxa de 7,48%, de 7,47%, na mesma comparação.