São Paulo – A política monetária da zona do euro deve permanecer acomodatícia por um longo período, uma vez que a inflação segue abaixo da meta de perto de 2% ao ano, de acordo com os membros do Conselho do Banco Central Europeu (BCE), na ata da reunião realizada nos dias 22 e 23 de janeiro.
“Os membros concordaram que a política monetária deve permanecer altamente acomodatícia por um período prolongado de tempo. A inflação ainda está longe da meta do Conselho do BCE e ainda não está garantida uma convergência robusta da inflação em relação à meta do Conselho do BCE, apesar de um leve aumento no núcleo da inflação”, diz a ata.
Na reunião de janeiro, o BCE manteve as principais taxas de juros da zona do euro inalteradas e anunciou a primeira revisão de sua estratégia de política monetária desde 2003. O banco havia reduzido em setembro a taxa de depósitos em 0,1 ponto percentual (pp), para -0,5% e anunciou um amplo programa de compra de ativos.
Segundo os membros do Conselho, “a postura acomodatícia da política monetária beneficiou a economia, contribuindo para a resiliência da demanda doméstica, em particular no setor de serviços, enquanto a indústria continua sofrendo com a fraca demanda global”.
Além disso, embora o crescimento da economia e do comércio global ainda estejam moderados, há alguns indícios “de uma estabilização e até uma possível retomada da atividade” econômica.
Entres riscos às perspectivas da zona do euro, os membros citaram fatores geopolíticos, a alta do protecionismo e vulnerabilidades em mercados emergentes. Os riscos “permanecem inclinados para o lado negativo, mas estão menos pronunciados, uma vez que algumas incertezas sobre o comercio internacional diminuíram”. A ata não cita o coronavírus.
Por fim, o Conselho do BCE reiterou seu compromisso de “estar pronto para ajustar todos os seus instrumentos, conforme apropriado, para garantir que a inflação avance em direção à meta de maneira sustentada, em consonância com seu compromisso com a simetria”.