XP avalia papéis de empresas cujos donos saíram da lista de bilionários da Forbes

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Foto: Michael Faes / freeimages.com

São Paulo – A XP Investimentos avaliou os papéis das do Magazine Luiza (MGLU3), da construtora MRV (MRVE3), e Hapvida (HAPV3), cujos CEOs deixaram a lista de bilionários da Forbes neste mês.

A Magazine Luiza, por exemplo, foi muito afetada pelo cenário macro. Segundo análise do time de Varejo da XP, um dos setores que têm sido mais penalizados na Bolsa desde a mudança de humor do mercado em junho do ano passado é o de e-commerce. Até 17 de junho, os papéis da Magalu haviam registrado 67% de queda no ano, segundo a XP.

Temos visto uma forte redução do poder de compra do brasileiro o que, aliado a um cenário de forte alta de juros, se traduz em uma demanda altamente fragilizada para bens de consumo, especialmente os discricionários e de preço médio mais alto, destacaram os analistas. Além disso, pesam para o setor o aumento do custo de capital e da competição e, ainda, a mudança do foco do mercado.

No momento, os analistas da XP tem recomendação neutra para MGLU3. Ainda não recomendamos compra dos papéis de e-commerce por esperarmos uma dinâmica macro bastante desafiadora pela frente, tanto do ponto de vista de inflação, como de taxa de juros – com pelo menos mais uma alta esperada no Brasil e um ciclo ainda por vir nos EUA.

O alto custo do aço foi um dos obstáculos mais importantes para a MRV, cujos papéis caíram 32% até 17 de junho. A margem bruta tem estado abaixo do esperado do core business da companhia, devido aos custos sob pressão, afetados principalmente pelo forte aumento do preço do aço. Dessa forma, o lucro líquido da empresa tem ficado abaixo das nossas estimativas.

Segundo análise do head de Real Estate da XP, Ygor Altero, diante do cenário inflacionário mais desafiador, com juros mais altos, a maioria das empresas do setor de construção civil teve dificuldade em repassar os preços, dado o poder de compra mais limitado do consumidor.

Mesmo assim, a XP recomenda compra de MRVE3, com preço alvo de R$ 19 a ação, porque a dinâmica de custos mais desafiadora dentro do programa Casa Verde e Amarela (CVA) aumentou, principalmente, a dificuldade na operação dos pequenos operadores, que tem uma relevante participação no programa.

Isso, consequentemente, deve diminuir a competição dentro do segmento. Dessa forma, a MRV deve se beneficiar ganhando participação dentro do CVA, informou. Os resultados positivos da AHS, subsidiária norte-americana da MRV, também tem apoiado os resultados da companhia.

No caso da Hapvida os analistas da XP apontam que o crescimento orgânico ainda é um problema. Os papéis da companhia caíram 43% até 17 de junho. Segundo eles, a sinistralidade em nível elevado também contribuiu para os dados negativos, ainda pressionada pelos custos relacionados à Covid-19, a aquisições e ao reajuste negativo de preços dos planos individuais.

Outros motivos pelas quais as ações podem ter caído tem a ver com os tickets baixos, influenciados pelos reajustes de planos da ANS e que impactaram fortemente a empresa até o primeiro trimestre de 2022 e o aumento de custos e as sinergias da fusão com o GNDI anunciadas pela companhia.

A XP recomenda compra da HAPV3, porque considera que a fusão com o GNDI deve criar sinergias consideráveis.